“Até ontem, 6.215 pessoas tinham administrado, em Macau, a vacina de mRNA produzida pela BioNTech/Fosun Pharma”, indicou o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, em comunicado.
“O sistema de registo de vacinas tinha ainda previstas 5.393 pessoas com agendamentos. Entre estas, 1.520 pessoas iriam administrar a primeira dose e 3.873 tinham já agendada a segunda dose”, acrescentou.
Na mesma nota explica-se que “os defeitos encontrados nas embalagens, nomeadamente nas tampas dos frascos das vacinas, devem-se principalmente ao facto de as anilhas de alumínio não se encontrarem devidamente apertadas e haver, em algumas situações, anilhas com ligeiras folgas (frouxas)”.
A Direção dos Serviços de Saúde assegurou que, “durante os procedimentos protocolados, antes do uso das embalagens, os profissionais de saúde verificam cuidadosamente a aparência e a embalagem da vacina tentando detetar eventuais anormalidades”.
E que, “quando são encontradas anormalidades, os frascos não são utilizados”, sendo que, nestes casos, as vacinas são “descartadas e [as situações] reportadas ao fornecedor”.
O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus sublinhou ainda que representantes dos Serviços de Saúde e da Fosun Pharma tiveram uma reunião para analisar a situação, tendo sido dito pela farmacêutica parceira da BioNTech “que apenas está a suspender a vacina e não (…) a efetuar a recolha do lote”.
Após a decisão anunciada hoje de suspensão da vacina, os serviços de saúde “enviaram mensagens curtas [por SMS] a todas as pessoas que tinham agendado a inoculação da vacina de mRNA contra a covid-19, a avisar que a vacina tinha sido suspensa e que a data da administração da vacina seria futuramente comunicada”.
“As pessoas que nunca foram vacinadas, que o pretendam fazer no imediato, podem optar por alterar o tipo de vacina, nomeadamente para a vacina inativada da Sinopharm”, de acordo com as autoridades.
“Os serviços de saúde estão em contacto permanente com o fornecedor para avaliar a possibilidade de serem implementados planos de contingência caso o lote de vacinas não possa ser usado”, assinala-se no comunicado.
Ou “usando outros lotes desta vacina que se encontram em Hong Kong e possam ser redirecionados” para Macau, “ou, vacinas mRNA que sejam recém-produzidas na Alemanha e que possam ser despachadas com urgência para Macau de forma a reiniciar o plano de vacinação o mais brevemente possível”, acrescenta-se.
Tanto as autoridades de Macau como de Hong Kong anunciaram hoje a suspensão da administração da vacina da BioNTech.
A Direção dos Serviços de Saúde de Macau disse ter sido notificada de “defeitos na embalagem da vacina” produzida pela companhia alemã BioNTech “relacionados com a tampa frasco do lote número 210102”, sendo que todas as vacinas (…) existentes em Macau pertencem a este lote”.
“A BioNTech/Fosun Pharma iniciaram já investigações sobre a causa deste problema tendo decidido suspender imediatamente a vacinação”, informaram as autoridades de Macau em comunicado.
Contudo, na mesma nota sublinhou-se que, “até agora, a BioNTech e a Fosun Pharma não têm motivos para duvidar que a segurança do produto esteja em risco”, com as autoridades a assinalarem que se trata de um “defeito na tampa do frasco” e que “esta medida preventiva visa garantir a segurança da vacinação”.
A região administrativa especial chinesa tinha encomendado um total de 400 mil vacinas à BioNTech.
A população de Macau, de pouco mais de 683 mil residentes, pode escolher entre as vacinas da Sinopharm, BioNtech e AstraZeneca.
Ao todo, vão chegar a Macau cerca de 1,5 milhões de vacinas.
Considerada uma das regiões mais seguras do mundo em relação à pandemia de Covid-19, Macau contabilizou apenas 48 casos desde que o novo coronavírus chegou ao território, no final de janeiro de 2020, não tendo registado até hoje nenhuma morte causada pela doença.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.732.899 mortos no mundo, resultantes de cerca de 123,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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