Numa declaração ao país, a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a mensagem que deixou no seu discurso de posse para um segundo mandato presidencial sobre um desconfinamento com sensatez: “Como eu disse no dia 09 de março, é preciso sensatez. E, desde já, sensatez durante a semana da Páscoa”.
“Portugueses, estamos mais perto do que nunca, mas ainda não chegámos à meta que desejamos: um verão e um outono que representem mesmo o termo de mais de um ano de vidas adiadas, de vidas atropeladas, de vidas desfeitas”, afirmou o chefe de Estado.
“Há ainda caminho a fazer, há ainda precaução a observar, há ainda moderação a manter. Tudo a pensar no próximo desafio que se nos impõe: reconstruir tudo aquilo que a pandemia destruiu”, acrescentou.
O domingo de Páscoa será em 04 de abril. Marcelo Rebelo de Sousa realçou que este é “um tempo de encontro familiar intenso, em particular, em certas áreas do continente e das regiões autónomas”.
“Por outro lado, a renovação do estado de emergência que eu hoje decretei vai vigorar até ao dia 15 de abril, ou seja, para além do tempo pascal. E aí haverá mais escolas, mais atividades económicas e sociais abertas e muito, muito maior circulação de pessoas”, salientou.
Segundo o Presidente da República, é preciso assegurar que o desconfinamento decorre sem que “os números de infetados, de cuidados intensivos e de mortos, assim como o indicador de transmissão ou contágio” aumentem invertendo a tendência dos últimos dois meses, para se conseguir “o esbatimento” da Covid-19 no país “antes do verão”.
“São apenas umas semanas, mas umas semanas que bem podem valer por muitos meses e anos ganhos na vida de todos nós. E comecemos já pela Páscoa, antes ainda das aberturas de abril e maio. Com prudência, com sentido de solidariedade, com esperança acrescida de futuro. Portugal merece-o. Todos nós, portugueses, o merecemos”, reforçou.
Referindo-se às confissões religiosas que vão celebrar a Páscoa, Marcelo Rebelo de Sousa observou que sabem “melhor do que ninguém” como é vivida a Páscoa e considerou que “têm sido exemplares na proteção da vida e da saúde”.
Esta é segunda vez que o Presidente da República deixa uma mensagem sobre o período da Páscoa numa declaração ao país após renovar o estado de emergência.
Em 25 de fevereiro, o chefe de Estado pediu que se estudasse e preparasse com tempo o futuro desconfinamento, para não se repetir erros, e aconselhou que essa reabertura não fosse feita “a correr” e que se evitasse “abrir sem critério antes da Páscoa, para nela fechar logo a seguir, para voltar a abrir depois dela”.
Marcelo Rebelo de Sousa argumentou na altura que “a Páscoa é um tempo arriscado para mensagens confusas ou contraditórias” e concluiu que “é pois uma questão de prudência e de segurança manter a Páscoa como marco essencial para a estratégia em curso”.
No seu discurso de posse para um segundo mandato, em 09 de março, o Presidente da República apontou os seguintes objetivos para o combate à propagação da covid-19 em Portugal: “Estancar o número dos nossos mortos, baixar a contaminação, ampliar a vacinação, a testagem e o rastreio, evitar nova exaustação das estruturas de saúde e dos seus heróis, desconfinar com sensatez e sucesso”.
“Reduzir o temor, reforçar a confiança, recuperar os adiamentos nos doentes não covid, estabilizar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), permitir de forma duradoura a reconstrução da vida das pessoas”, completou, perante a Assembleia da República, acrescentando que esta seria a sua prioridade “mais imediata” e prometendo atuar “em espírito da mais ampla unidade possível, num tempo de inevitáveis cansaço e ansiedade”.
Em Portugal, já morreram mais de 16 mil pessoas com Covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 819 mil casos de infeção com o novo coronavírus que provoca esta doença, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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