A carga com as vacinas contra a Covid-19, fabricadas na Bélgica pela empresa alemã BioNTech e pela farmacêutica norte-americana Pfizer, chegou ao aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas, no estado de São Paulo, e será distribuída em todo o país entre sexta-feira e sábado, devido a requisitos de armazenamento.
No ano passado, durante a primeira vaga da pandemia, o Governo brasileiro, presidido por Jair Bolsonaro, rejeitou uma oferta inicial para a aquisição de 70 milhões de doses do antídoto da Pfizer, a primeira vacina a obter registo oficial por parte do órgão regulador de saúde do país sul-americano.
Bolsonaro, um dos líderes mais negacionistas em relação à gravidade do vírus, chegou a criticar publicamente as propostas de contrato da Pfizer, visto que o laboratório não se quer responsabilizar em caso de efeitos adversos, e opôs-se inicialmente à sua compra.
O executivo, porém, acabou por ceder, perante o agravamento da crise de saúde, e este ano chegou a acordo com a empresa, num momento em que a vacinação avança a um ritmo lento no país, por falta de doses.
Atualmente, o Brasil administra as vacinas desenvolvidas pelo laboratório chinês Sinovac e pela Universidade de Oxford em conjunto com a AstraZeneca, mas os fármacos disponíveis não são suficientes para proteger toda a população.
Até ao momento, 15% dos 212 milhões de brasileiros receberam a primeira dose e 7% completaram a inoculação.
A falta de vacinas no país é uma das frentes que serão abordadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, que investiga se houve alguma responsabilidade do Governo de Bolsonaro no agravamento da crise sanitária, que já provocou 400 mil mortos e quase 14,6 milhões de casos no país.
Os membros da referida comissão decidiram na quinta-feira que, na próxima semana, serão ouvidos o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e os seus três antecessores no cargo.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.152.646 mortos no mundo, resultantes de mais de 149,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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