“Não à máscara”, “Não ao recolher obrigatório”, “Não ao passaporte sanitário”, proclamavam diversas faixas exibidas durante o cortejo, enquadrado por um forte dispositivo policial, indicou a agência noticiosa AFP.
A polícia de Monreal recusou-se a revelar o número de manifestantes. Segundo estimativas coincidentes de diversos media, dezenas de milhares de pessoas participaram no protesto, 30.000 segundo a cadeia Radio-Canada, na mais importante mobilização anti-confinamento dos últimos meses no Quebeque.
Os manifestantes, na maioria sem máscara e na generalidade ignorando as medidas de distanciamento, consideram “injustificadas” as restrições sanitárias impostas pelo Governo desta província francófona. Criticaram designadamente o uso obrigatório de máscara no caso de encontros em espaços abertos ou a imposição de um recolher obrigatório provincial desde o início de janeiro.
O recolher obrigatório, uma medida inédita no Canadá à escala de uma província desde a epidemia da designada gripe espanhola há um século, foi recentemente atenuado pelo governo centrista de François Legault. O Quebeque, a sua província do Canadá mais afetada pela pandemia, impôs igualmente um confinamento em diversas regiões.
Diversos manifestantes foram detidos no início da marcha, indicou a AFP, mas de seguida o cortejo desfilou em ambiente festivo, ao ritmo de tambores.
No sábado, o primeiro-ministro Justin Trudeau tinha condenado a convocação desta manifestação, considerando-a “deplorável” e contra-produtiva. O governo do Quebeque explicou que adiou a vacinação das pessoas convocadas para as instalações do estádio olímpico, que foi encerrado durante a manifestação.
O Canadá (38 milhões de habitantes) registava hoje oficialmente mais de 1,2 milhões de casos de coronavírus, com mais de metade nas províncias de Ontário e do Quebeque.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.182.408 mortos no mundo, resultantes de mais de 151,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.976 pessoas dos 836.947 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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