No nosso dia-a-dia, enquanto pessoas, utilizamos a vivência e experiências anteriores para tomar grande parte das nossas decisões. Os resultados que alcançámos a partir das escolhas que fizemos, moldam a forma como nos relacionamos com os acontecimentos, e como correspondemos às expectativas das pessoas que nos rodeiam.

Enquanto profissionais de saúde, contudo, embora a nossa formação académica sirva o propósito de enquadrar prospectivamente a nossa área de intervenção, deve sobretudo relembrar-nos de que num setor em que há desenvolvimentos todos os dias, a informação que tínhamos ontem não é suficiente para correspondermos às necessidades da sociedade de hoje.

E se porventura nos tínhamos alheado deste facto, o contexto pandémico veio reiterar a importância do desenvolvimento profissional contínuo, assente na humildade do acompanhamento persistente da mais recente evidência científica.

Com efeito, o acesso a informação fidedigna e permanentemente atualizada não pode, ao dia de hoje, ser privilégio (nem carolice) de alguns. Numa era que se caracteriza pelo excesso de informação, temos de estar sensibilizados, assim como sensibilizar aqueles com quem interagimos, para a circunstância de que nem toda a informação que recebemos merece construir o nosso conhecimento. Os algoritmos que agora sabemos estarem por detrás dos resultados que obtemos quando pesquisamos no Google e que condicionam o que nos aparece no mural do Facebook, estão construídos para reforçar as nossas ideias pré-concebidas, e não para nos permitir contrastar linhas de pensamento divergentes.

Importa, portanto, destacar o importante contributo da HealthNews, que hoje comemora o seu primeiro aniversário, como órgão de comunicação que se propõe democratizar o acesso a informação de saúde pertinente, e de qualidade.

Os farmacêuticos, nas suas várias áreas de prática profissional, e enquanto membros da equipa de saúde, contribuem para a educação para a saúde e prevenção da doença, procedem a avaliações de risco e subsequentes referenciações para os níveis de cuidados adequados, e proporcionam acesso aos medicamentos, acompanhando a sua efetividade e segurança, entre outras intervenções relevantes na jornada de saúde das pessoas. Para exercer estas funções, têm de manter atualizados os seus conhecimentos e estar a par do enquadramento legal, regulamentar e social que está subjacente às necessidades e expectativas da população e do sistema de saúde.

O conhecimento, nestas circunstâncias, representa não só poder, mas também uma responsabilidade partilhada.

Parabéns à HealthNews, e obrigada por este ano de atividade ao serviço desta visão.

Ema Paulino