“O Grupo consultou várias entidades para preparar a sua candidatura e todas concluíram que a proposta apresentada pelo Estado não garante a sustentabilidade financeira do projeto”, adiantou a Lusíadas Saúde em comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo a mesma fonte, esta decisão foi hoje comunicada ao Governo e surge depois de uma análise “detalhada e exaustiva de toda a documentação e do modelo proposto” para a PPP do hospital de Cascais.
A 13 de fevereiro de 2020, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que previa uma nova PPP no Hospital de Cascais, tendo a ministra da Saúde, já em julho de 2020, numa audição parlamentar a pedido do BE e do PCP, garantido que o recurso a este mecanismo de gestão se destinava apenas para as “situações de necessidade fundamentada”.
No comunicado de hoje, o Grupo Lusíadas Saúde assegurou que, de acordo com as entidades que fizeram os estudos e as projeções, as condições propostas “não cobrem a estrutura de custos prevista, prevendo-se a ocorrência de prejuízos crescentes, a partir de 2023, em todos os anos subsequentes da concessão, não sendo possível atingir a sustentabilidade da operação em nenhuma das situações simuladas”.
A Lusíadas Saúde garantiu ainda que mantém a sua intenção de continuar a investir em Portugal e que, apesar dos “fortíssimos impactos negativos provocados na economia” pela Covid-19, manteve, em 2020 e 2021, um plano de investimento superior a 50 milhões de euros.
“O grupo tinha interesse em concorrer e em continuar o projeto, mas tendo em consideração as condicionantes do modelo proposto no presente concurso, não conseguimos construir uma proposta sustentável que assegure a qualidade e excelência de cuidados que pautam a nossa atuação”, referiu Vasco Antunes Pereira, presidente do Grupo Lusíadas, citado no comunicado.
A Lusíadas Saúde, que geriu esta unidade de saúde nos últimos 12 anos, salientou ainda que a Federação Internacional dos Hospitais colocou o Hospital de Cascais numa lista de 103 instituições, a nível mundial, que prestaram serviços de excelência no combate à pandemia de Covid-19 e que esta PPP “poupa atualmente ao Estado português 17,5 milhões de euros por ano”.
O grupo tem uma rede de seis hospitais e sete clínicas de norte a sul do país e, segundo dados disponibilizados, realiza, por ano, mais de um milhão de consultas e 42.000 cirurgias.
LUSA/HN
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