Em comunicado, a organização referiu que “de acordo com o INE [Instituto Nacional de Estatística], no final do primeiro trimestre de 2021, a restauração, similares e alojamento turístico perderam 101.300 postos de trabalho face ao 1.º trimestre de 2020”.
A AHRESP acredita que estes “dados confirmam necessidade de reforço e continuidade de apoios”.
“Perante a realidade dramática destes dados, a AHRESP reitera a imperiosa necessidade que tem vindo a defender desde a primeira hora: o reforço e continuidade dos apoios a fundo perdido às empresas das nossas atividades, nomeadamente para a manutenção dos postos de trabalho”, lê-se na mesma nota.
“Sem estes apoios continuaremos a assistir a uma destruição massiva de emprego e de empresas”, alerta a associação, acrescentando que é da “maior importância que estes apoios sejam adequados à estrutura empresarial das nossas atividades económicas, esmagadoramente de micro dimensão (mais de 95%), e que sejam concedidos de forma direta, ágil e simplificada”.
“Apesar de o desconfinamento estar a incentivar o início da retoma na restauração e no alojamento, a situação das nossas empresas ainda é muito preocupante, consequência de mais de um ano com enormes prejuízos. Devem assim ser envidados todos os esforços para se evitarem perdas sociais gravíssimas”, apela a AHRESP.
As empresas da restauração e do alojamento turístico registaram melhorias na atividade em abril, com o avançar do plano de desconfinamento, segundo o inquérito mensal da AHRESP, esta quarta-feira conhecido, mas “há um longo e doloroso caminho a percorrer”.
O inquérito mensal, relativo a abril, conclui que as empresas do setor registaram melhorias na atividade com o avançar do plano de desconfinamento, mas “a situação ainda é preocupante, consequência de mais de um ano com enormes prejuízos”.
Segundo os dados recolhidos, no setor da restauração 26% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua atividade, sendo que mais de metade (52%) tiveram uma quebra de faturação em abril superior a 40%.
Como consequência da ainda forte redução de faturação, 11% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em abril e outras 11% só o fez parcialmente.
Perante esta realidade, 40% das empresas de restauração dizem já ter efetuado despedimentos desde o início da pandemia.
“Sem mais apoios a fundo perdido, 31% das empresas assume que não conseguirá manter os negócios a funcionar”, realça a associação.
No alojamento turístico, 19% das empresas indicam estar com a atividade suspensa, 43% não registou qualquer ocupação em abril e 27% indicou uma ocupação até 10%.
Para o mês de maio, 32% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero e 28% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%, adianta o mesmo estudo.
Neste contexto, 11% das empresas do setor ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade, sendo que, para 40% das empresas inquiridas, a quebra de faturação do mês de abril foi acima dos 90%.
Como consequência da forte redução de faturação, acrescenta, 22% das empresas não conseguiram efetuar pagamento de salários em março e 5% só o fez parcialmente.
Ao nível do emprego, 30% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 25% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo.
LUSA/HN
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