EUA pedem investigação “transparente” sobre origem do vírus

25 de Maio 2021

O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Xavier Becerra, pediu esta terça-feira estudos “independentes e transparentes” sobre a origem da pandemia de Covid-19, durante um discurso na assembleia anual da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Temos que entender melhor a pandemia para responder melhor às ameaças futuras. Os estudos sobre a origem da Covid-19 devem ser transparentes, baseados na ciência e na independência de especialistas”, disse Becerra, na sua intervenção por videoconferência.

Em fevereiro, os Estados Unidos já tinham expressado a sua insatisfação com os resultados preliminares das investigações realizadas no início deste ano por especialistas internacionais em Wuhan (China) – que procuraram explicações para a origem da pandemia – e consideraram que as autoridades chinesas tinham ocultado dados da missão da OMS.

Os especialistas indicaram nessa altura, após quatro semanas de trabalho na China, que a hipótese mais provável para a origem do novo coronavírus estaria na transmissão aos humanos por animais selvagens, através de uma ou mais espécies que atuavam como intermediárias.

No seu relatório, os especialistas também indicaram que a hipótese menos provável era a de origem em laboratório, descartando como pouco plausível o contágio por meio de alimentos congelados importados, teoria veiculada pelos ‘media’ oficiais chineses.

O secretário de Saúde dos EUA também pediu hoje que Taiwan seja aceite como observador na OMS, um dia depois de a presença da ilha ter voltado a ser vetada pela China, na assembleia da OMS.

“Devemos fortalecer a segurança sanitária e a preparação para pandemias para estarmos mais bem preparados para a próxima crise sanitária global”, acrescentou Becerra, que no seu discurso não mencionou a hipótese de um possível tratado internacional a este respeito, como foi pedido pela União Europeia e por vários outros países.

Becerra pediu o estabelecimento de mecanismos de financiamento sustentáveis para a OMS e defendeu uma melhoria da “capacidade de pesquisa e fabricação de terapias e vacinas”, bem como a promoção de formação de funcionários de saúde.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.475.079 mortos no mundo, resultantes de mais de 167,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Promessas por cumprir: continua a falta serviços de reumatologia no SNS

“É urgente que sejam cumpridas as promessas já feitas de criar Serviços de Reumatologia em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde” e “concretizar a implementação da Rede de Reumatologia no seu todo”. O alerta foi dado pela presidente da Associação Nacional de Artrite Reumatoide (A.N.D.A.R.) Arsisete Saraiva, na sessão de abertura das XXV Jornadas Científicas da ANDAR que decorreram recentemente em Lisboa.

Consignação do IRS a favor da LPCC tem impacto significativo na luta contra o cancro

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) está a reforçar o apelo à consignação de 1% do IRS, através da campanha “A brincar, a brincar, pode ajudar a sério”, protagonizada pelo humorista e embaixador da instituição, Ricardo Araújo Pereira. Em 2024, o valor total consignado pelos contribuintes teve um impacto significativo no apoio prestado a doentes oncológicos e na luta contra o cancro em diversas áreas, representando cerca de 20% do orçamento da LPCC.

IQVIA e EMA unem forças para combater escassez de medicamentos na Europa

A IQVIA, um dos principais fornecedores globais de serviços de investigação clínica e inteligência em saúde, anunciou a assinatura de um contrato com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para fornecer acesso às suas bases de dados proprietárias de consumo de medicamentos. 

SMZS assina acordo com SCML que prevê aumentos de 7,5%

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) assinou um acordo de empresa com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que aplica um aumento salarial de 7,5% para os médicos e aprofunda a equiparação com a carreira médica no SNS.

“O que está a destruir as equipas não aparece nos relatórios (mas devia)”

André Marques
Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights