Investigados por corrupção dois suspeitos próximos do ministro da Saúde sul-africano

25 de Maio 2021

Duas pessoas próximas do ministro da Saúde sul-africano, Zweli Mkhize, foram acusados de meter ao bolso milhões de euros de pagamentos irregulares, no âmbito de um contrato de comunicação ligado à Covid-19, e estão sob investigação, afirmaram esta terça-feira investigadores.

A Unidade de Investigações Especiais (SIU, na sigla em inglês) da África do Sul, no âmbito do Ministério da Justiça, tem vindo a investigar dezenas de empresas, algumas ligadas a redes políticas, às quais foram adjudicados contratos lucrativos desde o ano passado, como parte da luta do Governo contra a pandemia.

A mais recente é a empresa de comunicações Digital Vibes, que foi contratada pelo Ministério da Saúde para trabalhar na comunicação das políticas públicas relativas à Covid-19, desde março de 2020.

Vários meios de comunicação social relataram que Tahera Mather, o antigo porta-voz do ministro Zweli Mkhize, e Naadhira Mitha, o seu antigo assistente pessoal, terão alegadamente recebido milhões de rands pelo ministério, em nome da Digital Vibes, apesar de não estarem registados como funcionários da empresa.

“As alegações que temos perante nós indicam que o processo de aquisição entre a Digital Vibes e o departamento não foi conduzido de forma justa”, disse o porta-voz da SIU, Kaizer Kganyago, à agência France-Presse, afirmando que a investigação, que está bem encaminhada, poderá estar concluída até ao final de junho.

O ministério referiu-se à investigação num comunicado emitido segunda-feira à noite, dizendo que se tinham “revelado irregularidades gritantes que certamente terão de ser abordadas” e que tinham sido realizadas conversações com as partes envolvidas.

O ministério pediu aos meios de comunicação social e à opinião pública “um pouco de tempo” – o que lhe valeu muito sarcasmo nas redes sociais – e prometeu que as conclusões da investigação seriam tornadas públicas.

A SIU tinha revelado em fevereiro que o equivalente a quase 14 milhões de euros tinha sido desviado, no ano passado, através de corrupção, fraude e preços inflacionados para equipamentos de proteção fornecidos aos hospitais públicos.

Zweli Mkhize, que é próximo do Presidente Cyril Ramaphosa e é ministro da Saúde desde 2018, comprometeu-se na altura a refrear o potencial de comportamento fraudulento, particularmente em torno de “questões contratuais” dentro do departamento de saúde.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.475.079 mortos no mundo, resultantes de mais de 167,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

LUSA/HN

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