Marcelo dirá em Portugal o que “deixa de fazer” no período dos Santos Populares

2 de Junho 2021

O Presidente da República prometeu esta terça-feira em Sófia dizer, quando regressar a Portugal, o que pensa sobre as comemorações dos Santos Populares, e o que deixará ou já deixou de fazer para “evitar aglomerações”.

Questionado pelos jornalistas após um jantar privado oferecido pelo Presidente búlgaro, Rumen Radev, no arranque da sua visita oficial à Bulgária, que se prolonga até quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a comentar as várias notícias sobre essa matéria.

“Quando voltar ao território português, o que acontecerá na sexta-feira à noite, e antes de seguir para o 10 de Junho na Madeira, eu direi o que penso sobre essa matéria e até direi qual é a programação que terei para os dias seguintes, que são os dias em que se integra aquilo a que se querem referir”, afirmou.

“Na altura, direi o que deixarei de fazer ou já deixei de fazer. Já sabem que a Festa do Livro deixou de existir, era entre os dias 9 a 13 de junho, precisamente para evitar aglomerações”, acrescentou.

Na sexta-feira passada, foi anunciado o adiamento da edição deste ano da Festa do Livro no Palácio de Belém, tendo em conta a matriz de risco de Covid-19 e mensagens de entidades sanitárias.

“Atendendo à manutenção da matriz de risco Covid-19 e às mensagens das entidades sanitárias relativamente à evolução da situação no concelho de Lisboa, bem como à interpretação que poderia suscitar a manutenção da Festa do Livro, prevista nos jardins do Palácio de Belém de 9 a 13 de junho, foi esta adiada para data a fixar com os editores e livreiros, aos quais se agradece a compreensão perante a decisão que teve de ser tomada”, justificava a nota de Belém divulgada na altura.

Na terça-feira à noite, em Sófia (onde são mais duas horas que em Lisboa), Marcelo Rebelo de Sousa recorreu à conversa que teve com o Presidente búlgaro ao jantar e durante a qual disse ter-lhe transmitido um “ponto da situação” sobre a pandemia em Portugal para reiterar que é preciso “um equilíbrio entre o facilitismo e o alarmismo”.

“Não facilitar em situações em que pode haver um risco maior, ainda, e, por outro lado, não entrar em alarmismo”, afirmou, sublinhando os “muito baixos” números de internamentos em Portugal.

O Presidente da República considerou que, com esta sua posição, “percebe-se perfeitamente onde entra o equilíbrio, onde se deve ser mais cuidadoso e onde se deve ser mais flexível”.

A Câmara de Lisboa não vai autorizar a realização de arraiais populares este ano devido à pandemia de cCvid-19, anunciou na terça-feira o presidente do município, Fernando Medina, apelando para que os cidadãos compreendam a situação e evitem aglomerações.

Já o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse na segunda-feira que a festa do “São João haverá sempre” e que aquilo que a autarquia permitiu, “com o parecer das autoridades de saúde, foram três zonas de diversões, onde as pessoas podem ir em condições consideradas de total segurança por parte da Direção-Geral [da Saúde]”.

Questionado sobre algumas novidades no plano de vacinação em Portugal – como a vacinação dos maiores de 20 anos em agosto -, o Presidente da República voltou a recorrer à conversa que teve com o seu homólogo búlgaro, dizendo não gostar de falar de questões internas fora de Portugal.

“Resumi que, com duas tomas, temos 1,9 milhões de pessoas, a que devemos somar os infetados, que são cerca de 900 mil. Com uma toma, 3,5 milhões: temos seis milhões de pessoas que, com um esforço grande de vacinação foram de alguma maneira cobertas, nomeadamente os grupos de risco”, disse, saudando o acelerar do processo nos últimos dois meses.

O Presidente da República evitou também responder se irá falar em Madrid na sexta-feira com o primeiro-ministro, António Costa, sobre as grandes aglomerações de adeptos ingleses na final da Liga dos Campeões no Porto, depois de o Expresso ter noticiado que os dois estarão juntos na capital espanhola, também num evento ligado ao futebol.

“Vou estar em Madrid a convite do rei de Espanha para estarmos juntos num jogo amigável Espanha-Portugal, era suposto o primeiro-ministro espanhol e o primeiro-ministro português também estarem, não sei acontecerá”, disse.

Segundo o Expresso, além do jogo amigável, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, o Rei Felipe VI e o chefe do Governo espanhol Pedro Sánchez encontram-se na sexta-feira em Madrid “para apoiarem ao mais alto nível dos dois Estados a candidatura ibérica à realização do Mundial de Futebol de 2030”, anunciada em outubro do ano passado.

LUSA/HN

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