“A Ordem dos Enfermeiros de Angola está muito preocupada com a situação da malária, nós temos estado a alertar o executivo para não se distrair olhando só para a cCvid-19, porque afinal de contas, hoje, podemos entender que a malária está a matar mais que a Covid-19”, disse Pascoal Luvualo, em declarações à Rádio Nacional de Angola.
Segundo Pascoal Luvualo, o alerta foi dado para não se chegar a um ponto de total descontrolo da situação.
“Nós temos poucos profissionais e, pelo número de casos, que estamos a ouvir da província de Benguela, que, para mim, é apenas a ponta do iceberg, onde uma unidade sanitária com a capacidade de 80 camas está a registar 200 pacientes internados para dois profissionais de enfermagem é extremamente grave”, considerou.
Pascoal Luvualo frisou a necessidade de o executivo angolano pensar “imediatamente nessa situação”, com vista a resolver o problema, que tem a ver com os medicamentos e os recursos humanos.
“Porque se, com 50 a 60 doentes por cada profissional de enfermagem, já é muito, o que falar de 100 a 150 por cada profissional de enfermagem”, questionou.
As autoridades sanitárias da província de Benguela estão a braços com um surto de malária e dengue, com registo de 2.000 casos por dia, dos quais, em cada 400 diagnosticados, morre uma pessoa, maioritariamente crianças dos zero aos 14 anos.
O atual quadro levou à superlotação das unidades de saúde, com mais de dois pacientes e partilharem a mesma cama, chegando em alguns casos a três pessoas, além das que são acomodadas nos corredores para o seu atendimento.
A malária é uma doença endémica em Angola, sendo a principal causa de morte no país, bem como de internamentos e de ausência escolar e laboral.
LUSA/HN
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