O delegado nos Açores da Associação da Hotelaria de Portugal, Fernando Neves, adiantou à agência Lusa que a “procura nos últimos tempos melhorou substancialmente em relação a 2020 e ultrapassou um pouco até as expetativas de há um ou dois meses”, devido “à atual situação pandémica, ao aumento da vacinação e a uma maior segurança e confiança das pessoas”.
“Estamos no início da retoma. Naturalmente que estamos acima de 2020, que foi um ano bastante baixo. E, creio que 2021 será superior ao ano passado”, sublinhou à Lusa Fernando Neves, indicando que “muitos hotéis fecharam” em São Miguel devido à pandemia, mas “alguns já começaram a reabrir”.
Apesar das perspetivas otimistas para este verão no arquipélago, o dirigente associativo sublinhou que “não se atingirão os valores de 2019 de pré-pandemia” de taxas de ocupação na hotelaria.
“Não será este ano, nem possivelmente no próximo”, que o setor irá atingir níveis de há dois anos, observou.
Segundo o delegado nos Açores da Associação da Hotelaria de Portugal, as taxas de ocupação dos hotéis “em 2019 por esta altura do ano estavam acima dos 70% a 80%”, no caso, por exemplo, de São Miguel, e atualmente, segundo as estimativas, “oscilarão entre os 40 a 50%”.
Fernando Neves adiantou que as reservas são “na maioria” de turistas “nacionais”, mas já se começa a notar também “alguma procura de internacionais”, nomeadamente “alguns visitantes dos Estados Unidos da América e França”.
“Nas outras ilhas, a informação que tenho é que também está haver uma retoma rápida”, avançou ainda.
O presidente da Associação do Alojamento Local dos Açores, Rui Correia, assinalou também à Lusa que “há alguma retoma”, embora considere ser necessário “algum cuidado em medir” esta recuperação.
“Os dados de 2020 foram francamente maus. Nós gostávamos que a retoma fosse para atingir outra vez os números de 2019 e todas aquelas que eram as perspetivas antes da pandemia”, referiu.
Em 2019, um ano de pré-pandemia, e segundo o responsável, o alojamento local “já estava a representar praticamente um terço das dormidas ao nível do arquipélago açoriano e a tendência era aumentar ainda mais”.
Ainda assim, Rui Correia, constatou que “tem havido uma procura muito grande” para este verão, em concreto para “as ilhas mais pequenas”, com mais valias para “todas as outras atividades económicas que estão à volta do alojamento local”, o caso de rent-a-cars.
Também devido à redução no preço das tarifas aéreas entre as nove ilhas dos Açores, temos notado “um ligeiro acréscimo” nas reservas nas ilhas mais pequenas, acrescentou.
“As pessoas acabam por preferir unidades mais pequenas, como apartamentos, moradias isoladas e hospedagens. A retoma está a acontecer, mas estamos longe de 2019”, salientou, indicando que as reservas são “essencialmente de turistas continentais” que se sentem “seguros” na escolha pelo destino Açores.
Além disso, vincou, as autoridades regionais “mantêm implementado o teste ao sexto dia para os viajantes que chegam e as pessoas sentem-se mais confortáveis se ficarem mais dias”.
Apesar do aumento no número de reservas, ambos os responsáveis apontam para “alguns” cancelamentos devido “à alteração semanal das medidas” de combate à pandemia, nomeadamente em São Miguel, a ilha que concentra maior número de casos ativos de Covid-19.
“O facto de a restauração ter de encerrar atualmente em Ponta Delgada às 20:00 é uma situação que não é convidativa e isto tem-se notado quer nas pessoas que cá estão como nos turistas que pretendem visitar São Miguel”, afirmaram os responsáveis.
LUSA/HN
0 Comments