Sugerem ainda que, assim que mais de 60% da população tiver o esquema vacinal completo, pode dispensar-se o uso de máscara no exterior, desde que a distância entre pessoas seja mantida.
Na apresentação feita hoje na reunião que decorreu nas instalações do Infarmed, em Lisboa, a pneumologista Raquel Duarte explicou que a proposta da sua equipa vai para a criação de quatro níveis com diferentes medidas restritivas de acordo com a taxa de vacinação.
Em todos os níveis devem vigorar três medidas gerais: ventilação e climatização adequada dos espaços, utilização de certificado digital por rotina nos espaços públicos e a autoavaliação de risco.
De acordo com a proposta, o nível 1, em que o país se encontra atualmente, contempla uma taxa de população com vacinação completa entre os 50% e 60%, no nível 2 até aos 70%, no nível 3 até aos 85% e no nível 4, o último e menos restritivo, acima dos 85%.
Enquanto a taxa de população com vacinação completa for abaixo dos 85% os peritos propõem que se mantenha o desfasamento de horários a nível laboral e o teletrabalho sempre que possível.
Na área da restauração e similares (bares incluídos), sugerem que no nível 1 (até 60% de vacinação completa) possam estar abertos com medidas restritivas e uma redução na lotação no interior com um máximo de seis pessoas por mesa. Se tiver esplanada, deve ser dada prioridade a refeições no exterior, com uma lotação máxima de 10 pessoas na mesma mesa.
No nível 2 (até 70% da população com vacinação completa ) mantém-se a lotação por mesa no interior, mas no exterior passa de 10 para 15 o número máximo de pessoas por mesa e, no nível 3 (até 85%) o interior passa para até oito pessoas na mesma mesa e desaparece a limitação no exterior.
No nível 4, quando mais de 85% da população tiver a vacinação completa, os peritos não integram qualquer restrição de lotação nos restaurantes e similares (bares incluídos).
No comércio a retalho, todas as atividades devem cumprir as medidas gerais em qualquer dos níveis, o mesmo acontecendo na hotelaria, onde apenas as áreas de restauração devem cumprir as medidas acima definidas.
Nas unidades residenciais para idosos os peritos sugerem que em todos os níveis seja identificado o risco de acordo com o grupo etário, comorbilidade e estado vacinal e que os utentes, funcionários e visitas usem o certificado digital.
Nos transportes, propõem o uso obrigatório de máscara enquanto mais de 85% da população não tiver o esquema vacinal completo e defendem que devem ser assegurados sistemas de ventilação e climatização adequados, assim como a sua manutenção. Na sua ausência, devem manter-se as janelas abertas. Sempre que possível deve ser mantido o distanciamento.
Nas praias, defendem que deve ser mantido o uso da máscara nos locais comuns (bares de praia) ou em situação de aglomeração de pessoas fora do seu circulo familiar. Devem igualmente ser mantidas as medidas de distanciamento.
Nas atividades desportivas, tanto no interior como no exterior, devem ser cumpridas as medidas gerais, mas deve ser dada primazia às atividades no exterior em qualquer dos níveis.
Nos grandes eventos no exterior e com espaço delimitado, propõem a criação de circuitos bem definidos de circulação e defendem que deve ser indicado o local onde a pessoa deve permanecer para que se cumpra o distanciamento.
Já nos eventos de grande dimensão no exterior, mas sem delimitação do espaço, os peritos defendem que enquanto a taxa de população com vacinação completa não for superior aos 70% podem acontecer aqueles em que os organizadores conseguem controlar e identificar locais onde as pessoas possam permanecer para cumprir o distanciamento. Aí devem existir circuitos de circulação e ser cumpridas as medidas gerais.
Nestes eventos, quando a taxa de cobertura vacinal completa for superior a 70% só será preciso cumprir as medidas gerais (certificado digital e autoavaliação de risco).
Nos eventos de grande dimensão no interior, sugerem uma lotação máxima de 50% no nível 1 e de 75% no nível 2 (com avaliação do espaço). Só a partir do nível 3 é que apenas devem ser seguidas as medidas gerais e deixa de haver restrição de lotação.
Nas celebrações (casamentos, batizados, etc.), os especialistas propõem uma lotação máxima de 50% enquanto a taxa de cobertura vacinal completa não ultrapasse os 60% e sobem para 75% a lotação quando estiver totalmente vacinada entre 60 a 70% da população. Acima desse valor, já no nível 3, apenas deverão ser cumpridas as medidas gerais e não existe qualquer limite de lotação.
LUSA/HN
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