Macron confirma terceira dose para os “mais frágeis e mais velhos”

5 de Agosto 2021

A França tenciona reforçar a vacinação anticovid-19 com uma terceira dose para os “mais frágeis e os mais velhos”, confirmou esta quinta-feira o Presidente francês, Emmanuel Macron.

“Sim, uma terceira dose será muito provavelmente necessária, não para todos imediatamente, mas em qualquer caso para os mais velhos e mais frágeis. É por isso que nos estamos a preparar para esta terceira dose”, afirmou Macron, citado pelas agências France-Presse (AFP) e EFE.

Macron confirmou que o seu Governo está a preparar uma campanha de vacinação contra a Covid-19 no “início do ano letivo”, em setembro.

A declaração consta de um vídeo que Macron divulgou nas redes sociais, no âmbito de uma campanha de diálogo com os cidadãos, sobretudo os mais jovens, a partir da residência de verão dos chefes de Estado franceses em Bregançon, no sul do país.

O Presidente francês já tinha anunciado, em 12 de julho, a nova campanha de vacinação no início do ano escolar, à semelhança de outros países, como Israel ou a Alemanha.

O Ministério da Saúde anunciou, na terça-feira, que o universo de pessoas a quem será oferecido um reforço da vacina deverá ser decidido na próxima semana.

Atualmente, a terceira dose só é recomendada em França para pessoas imunocomprometidas, como as que receberam um transplante.

A declaração de Emmanuel Macron surgiu um dia depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter recomendado uma moratória global sobre a terceira dose.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu também que se considerasse o adiamento da vacinação dos adolescentes nos países ricos, a fim de dar prioridade aos menos desenvolvidos.

“Compreendemos a preocupação dos governos em proteger as suas populações da variante Delta, mas não podemos aceitar que os países que esgotaram a maior parte das suas reservas de vacinas continuem a administrar ainda mais, enquanto as populações mais vulneráveis do mundo permanecem desprotegidas”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, na quarta-feira.

O diretor-geral da OMS explicou que a moratória seria até ao final de setembro, o prazo estabelecido para atingir pelo menos 10% da população de cada país totalmente vacinada, embora tenha reconhecido que será difícil atingir esse objetivo.

Enquanto a Europa tem mais de metade da sua população vacinada e os Estados Unidos têm cerca de 70%, apenas 2% das pessoas em África estão totalmente vacinadas e 5% receberam uma dose, segundo a OMS.

A vacinação contra a Covid-19 a nível mundial ultrapassou já a administração de 4,2 mil milhões de doses, segundo dados recolhidos pela Universidade Johns Hopkins.

Em França, mais de 43,2 milhões de pessoas tinham recebido pelo menos uma dose até terça-feira, segundo dados do Governo.

A França regista 112.081 mortos por Covid-19, em mais de 6,2 milhões de casos confirmados.

A nível mundial, a pandemia de Covid-19 fez pelo menos 4.247.424 mortos, entre mais de 200,1 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, desde que a OMS detetou a doença na China em finais de dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

FNAM quer “endurecer a luta” em conjunto com todo o setor

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) decidiu hoje “endurecer a luta” contra as políticas do Governo para a saúde e vai reunir-se com os sindicatos das restantes classes profissionais do setor para definir um plano com esse objetivo.

Plano Nacional de Saúde em Movimento Arranca em Leiria

No próximo dia 14 de outubro de 2024, o Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, será o palco de lançamento do projeto “PNS em Movimento”, uma iniciativa que visa dar a conhecer o Plano Nacional de Saúde (PNS) 2030.

SIM otimista quanto a alargamento do regime de dedicação plena

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) manifestou-se hoje otimista quanto ao possível alargamento do regime de dedicação plena aos médicos do Hospital das Forças Armadas, INEM e hospitais prisionais, depois de uma reunião com a tutela.

MAIS LIDAS

Share This