“Nós não podemos dizer a trabalhadores cuja atividade foi parada em nome da saúde pública, cuja atividade ainda não retomou completamente em nome da saúde pública e por causa de uma crise pandémica, que ficam sem nenhum apoio. O Bloco de Esquerda volta à proposta que sempre teve: renovem-se os apoios pelo menos até ao final do ano”, afirmou a líder bloquista, Catarina Martins, no final de uma visita à Feira do Livro de Lisboa.
Segundo o jornal Expresso de ontem, na sua edição online, há 4.700 desempregados que aguardam o novo apoio social, uma vez que o atraso na validação de condições está a travar os pagamentos.
“Durante o mês de setembro volta a ser possível existir cortes nos bens essenciais, acabam as moratórias e, portanto, nós estamos numa situação em que ainda há tanta gente com a atividade parada e estão a ficar sem apoios sociais. Esta é uma situação intolerável, insustentável”, criticou a coordenadora do BE.
Comprometendo-se a lutar para “proteger as famílias mais vulneráveis no seu acesso aos bens essenciais e na questão das moratórias”, no imediato, de acordo com Catarina Martins, o BE vai reapresentar no parlamento o mesmo projeto que apresentou no início deste ano.
“Quem estava com subsídio social de desemprego e não consegue encontrar emprego tem de ter esse apoio pelo menos garantido até ao final deste ano. Neste momento são milhares de famílias em absoluto desespero e é fundamental renovar estes apoios”, alertou.
Com críticas apontadas ao executivo socialista, a líder bloquista afirmou que o “BE avisou que isto ia acontecer, fez uma proposta que resolvia o problema”, mas “o Governo achou que era suficiente uma meia proposta”.
“Bem, chegámos a agosto e temos milhares de famílias absolutamente desprotegidas”, lamentou.
Catarina Martins referiu que “a proposta do Bloco de Esquerda, que era estender todos os apoios como o subsídio social de desemprego até ao final deste ano, tinha ficado logo no Orçamento do Estado para este ano”, uma medida que “o Governo recusou porque as medidas pontuais eram suficientes”.
“Chegámos a janeiro, a medida pontual do Orçamento do Estado não era suficiente e o Governo percebeu que tinha de estender mais meio ano. Eu acho que está na altura de o Governo perceber que mais meio ano não chegava e fazer aquilo que foi a proposta do Bloco desde o início que era estes apoios extraordinários terem de ser estendidos até ao final do ano porque a retoma não acontece de um dia para o outro e há pessoas em setores que não têm nenhuma capacidade de voltar a ter rendimento e precisam desse apoio”, desafiou.
LUSA/HN
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