A reunião está agendada para as 15:00, na sede do Ministério do Trabalho, em Lisboa, com a presença dos ministros da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e do secretário-geral da UGT, Carlos Silva, entre outros representantes sindicais.
A reunião, segundo a UGT, surge no âmbito dos processos de despedimento coletivo nos bancos Santander Totta e Millennium BCP, com os quais “foram confrontados os sindicatos dos bancários da UGT, após longos processos negociais, na tentativa de consensualizar soluções que garantam aos trabalhadores as melhores condições para o seu futuro”.
O objetivo do encontro, precisa a UGT no comunicado, é o de o Governo adotar medidas de defesa dos trabalhadores e evitar que as empresas possam recorrer ao despedimento coletivo “para atingirem objetivos económicos dos acionistas, aproveitando o momento de pandemia, onde seria exigível uma responsabilidade social que proteja os mais frágeis e vulneráveis” na relação de trabalho.
“Esta é uma das ações que a UGT e os seus sindicatos irão despoletar, inclusive a nível internacional, de chamar a atenção para atitudes e comportamentos antissociais de violação da dignidade dos trabalhadores”, anuncia a central sindical, defendendo que o Governo devia ser o primeiro a rejeitar aqueles despedimentos pelas grandes empresas, que o sindicato considera terem o dever de liderar a responsabilidade social.
“Nestes casos, apenas surgem na cauda dos mais irresponsáveis e injustos socialmente”, considera o sindicato.
O Santander não chegou a acordo para a saída de 350 trabalhadores, de um total de 685 inicialmente previstos, e vai agora avançar com um “processo unilateral e formal” a partir de setembro, segundo uma nota interna da Comissão Executiva do banco, enviada em 20 de agosto, a que a Lusa teve acesso.
Já o BCP vai avançar para rescisões unilaterais com menos de 100 trabalhadores, depois de ter chegado a acordo com 80% dos colaboradores abrangidos no processo de reestruturação, anunciou em 27 de agosto o presidente executivo, Miguel Maya.
“No decorrer do processo, desenvolvemos múltiplas interações com as entidades representativas dos trabalhadores e com as pessoas que foram contactadas e, conforme tínhamos perspetivado, ajustámos alguns aspetos do modelo que havíamos estabelecido”, afirmou então Miguel Maya, num comunicado enviado aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, adiantando que o banco chegou a acordo com 80% dos colaboradores que foram contactados.
Em 13 de julho, os sete sindicatos do setor bancário promoveram uma manifestação em frente à Assembleia da República, contra os despedimentos.
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