Portugal prosseguirá no Conselho de Segurança o mandato de Guterres na ONU

23 de Setembro 2021

O Presidente da República afirmou hoje que Portugal, se for eleito membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU em 2027-2028, prosseguirá o mandato de António Guterres como secretário-geral desta organização, que termina no final de 2026.

Em declarações aos jornalistas em Nova Iorque, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se confiante quanto à candidatura de Portugal a um lugar no Conselho de Segurança daqui a cinco anos, para a qual pediu na terça-feira a confiança dos Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Saber-se que Portugal é seguro, é fiável, faz pontes, e que em 2027 prosseguirá aquilo que foi o mandato de António Guterres, cujo mandato termina em 2026 e que é tão apreciado internacionalmente, isso é meio caminho andado”, considerou.

O chefe de Estado defendeu que “Portugal sempre que esteve no Conselho de Segurança provou bem” e assinalou que “os países da CPLP vão ter ao longo dos próximos anos uma presença no Conselho de Segurança: Brasil, já, depois Moçambique e depois, esperemos que Portugal”.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que Portugal quer estar no Conselho de Segurança da ONU “servindo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), também a União Europeia, também o mundo ibero-americano”, exercendo a sua “capacidade de diálogo com todo o mundo”.

“Ir mais longe e servir aquilo que é fundamental para o clima, para a segurança, para a paz. Para as migrações, onde temos trabalho feito, para os refugiados, em que temos trabalho feito, e para o combate à pandemia, em que temos trabalho feito”, completou.

O Presidente da República referiu que, nestes processos de candidatura, “os contactos são feitos a longuíssimo prazo” e que “do que se trata é de continuar esses contactos para garantir uma maioria”.

“É um trabalho da nossa diplomacia, constante, permanente, com os aliados tradicionais”, enquadrou, realçando que “é uma maioria muito apreciável que é preciso, superior a cem Estados”.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que têm direito de veto, são os Estados Unidos de América, a Federação Russa, a França, o Reino Unido e a República Popular da China.

Todos os anos, a Assembleia Geral elege cinco de um total de dez membros não-permanentes, que nos termos de uma resolução da ONU são distribuídos da seguinte forma: cinco africanos e asiáticos, um da Europa de Leste, dois da América Latina, dois da Europa Ocidental e outros Estados.

Portugal foi membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU em 1979-1980, 1997-1998 e 2011-2012.

Este órgão foi criado para manter a paz e a segurança internacionais em conformidade com os princípios das Nações Unidas.

Em janeiro de 2013, o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, anunciou que Portugal iria apresentar uma nova candidatura ao Conselho de Segurança para um mandato em 2027-2028 – a eleição realiza-se em 2026 – e pediu aos diplomatas portugueses que começassem desde logo a trabalhar nesse objetivo.

“Para quem pensa que ainda é muito longe, lembrem-se que sempre que fomos eleitos começámos a trabalhar muito cedo”, disse na altura Paulo Portas, num seminário diplomático em Lisboa.

Em junho passado, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Albânia, Gana e Gabão foram eleitos para mandatos no Conselho de Segurança da ONU que terão início em 01 de janeiro de 2022, em que substituirão Estónia, Níger, São Vicente e Granadinas, Tunísia e Vietname, atuais membros cujos mandatos terminam em 31 de dezembro deste ano.

Índia, Irlanda, Quénia, México e Noruega são os outros atuais cinco membros não-permanentes do Conselho de Segurança, com mandatos até ao fim de 2022.

LUSA/HHN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ronaldo Sousa: “a metáfora da invasão biológica é uma arma contra os migrantes”

Em entrevista exclusiva ao Health News, o Professor Ronaldo Sousa, especialista em invasões biológicas da Universidade do Minho, alerta para os riscos de comparar migrações humanas com invasões biológicas. Ele destaca como essa retórica pode reforçar narrativas xenófobas e distorcer a perceção pública sobre migrantes, enfatizando a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para políticas migratórias mais éticas

OMS alcança acordo de princípio sobre tratado pandémico

Os delegados dos Estados membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram este sábado, em Genebra, a um acordo de princípio sobre um texto destinado a reforçar a preparação e a resposta global a futuras pandemias.

Prémio Inovação em Saúde: IA na Sustentabilidade

Já estão abertas as candidaturas à 2.ª edição do Prémio “Inovação em Saúde: Todos pela Sustentabilidade”. Com foco na Inteligência Artificial aplicada à saúde, o concurso decorre até 30 de junho e inclui uma novidade: a participação de estudantes do ensino superior.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights