Reabilitação de mais 68 escolas em Cabo Verde com investimento de 2,5 milhões de euros

6 de Outubro 2021

O ministro da Educação cabo-verdiano revelou esta quarta-feira que 68 escolas do país receberam obras de reabilitação para o atual ano letivo de 2,5 milhões de euros, com o rácio médio nacional a cifrar-se em 24 alunos por sala.

“Estou ciente de que é necessário fazer mais. Mas neste ano letivo fizemos um esforço enorme de reabilitação das escolas, gastando mais de 280 mil contos [280 milhões de escudos, 2,5 milhões de euros]”, afirmou o ministro da Educação, Amadeu Cruz, no debate que abriu esta manhã, na Assembleia Nacional, na Praia, a primeira sessão parlamentar ordinária de outubro.

De acordo com as informações transmitidas pelo governante, os números “consolidados” no arranque do ano letivo apontam para 112.350 alunos inscritos no ensino básico e secundário em Cabo Verde (do 1.º ao 12.º ano de escolaridade), distribuídos por 4.733 salas de aula.

Segundo Amadeu Cruz, trata-se de um rácio médio nacional de 23,74 alunos por turma/sala de aula, embora admitindo haver casos de salas de aula com cerca de 30 alunos nas ilhas do Sal e São Vicente, e também no concelho Praia.

Contudo, os deputados do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) rejeitaram estes indicadores: “Os nossos dados não coincidem com os do Governo. São mais de 30, 40 alunos por turma”, afirmou a deputada do partido da oposição Georgina Fortes, durante uma intervenção.

Ainda de acordo com os dados do governante, 68 escolas em todo o país foram reabilitadas para este ano letivo, 30 das quais com a criação de condições sanitárias, de abastecimento de água e ao nível das cozinhas, através de um investimento de 158 milhões de escudos (1,4 milhão de euros) financiado pela Cooperação Luxemburguesa.

“O ano letivo arrancou sem grandes sobressaltos, sem grandes constrangimentos”, reafirmou Amadeu Cruz, embora admitindo que sobretudo na ilha do Sal a crise económica provocada pela pandemia de Covid-19 tem vindo a levar os encarregados de educação a retirar alunos de colégios privados, inscrevendo-os nas escolas públicas.

Amadeu Cruz recordou igualmente que um levantamento feito pelo Governo em 2016 concluiu que cerca de 80% das escolas do país necessitavam de intervenção, o que aconteceu com mais de 250 estabelecimentos, através de um investimento público de 1.250 milhões de escudos (11,3 milhões de euros), até 2020.

Neste novo ano letivo, as escolas cabo-verdianas contam com 6.322 professores, incluindo a contratação de mais 200 docentes.

Cerca de 130 mil crianças e jovens (em todos os níveis de ensino) regressaram às escolas cabo-verdianas em 13 de setembro com carga horária completa, presencial e a possibilidade de aulas no ensino básico aos sábados, para recuperar atrasos na aprendizagem devido à pandemia.

O funcionamento do ano letivo estará ainda condicionado pelos impactos da Covid-19, mas está em curso o processo de regresso à normalidade, afirmou o ministro da Educação de Cabo Verde.

O novo ano letivo arrancou tendo como pressupostos a vacinação contra a Covid-19 dos professores e demais funcionários das escolas, bem como dos alunos com idade igual ou superior a 18 anos.

Devido à pandemia da Covid-19, as aulas presenciais em Cabo Verde foram suspensas em março de 2020, no final do segundo período desse ano letivo (2019/2020). Foram retomadas em 01 de outubro de 2020 em todo o país, e um mês depois na cidade da Praia – que na altura registava um pico de contágios por Covid-19 -, mas por três dias por semana e com horários reduzidos.

Após dois anos letivos de condicionalismos devido à Covid-19, iniciou-se neste ano letivo, explicou o governante, o “plano de recuperação das aprendizagens”, que consiste na antecipação do início das aulas, prolongamento do final do ano letivo, e redução das interrupções letivas nas férias do Natal, Carnaval e da Páscoa.

Prevê ainda, após diagnóstico e avaliação pedagógica a realizar nas primeiras semanas de aulas, a possibilidade de estender as aulas no ensino básico aos sábados, nos concelhos e nas escolas onde houve mais perda de conteúdos.

“Especialmente na cidade da Praia, onde as aulas no ano letivo 2020/2021 tiveram início cerca de um mês e meio mais tarde”, afirmou anteriormente Amadeu Cruz.

LUSA/HN

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