Aos jornalistas, o presidente do SEP, José Carlos Martins, salientou que os enfermeiros ao serviço nas unidades de saúde estão “exaustos e cansados” e que, se a situação não for acautelada, o país vai passar por “situações de rutura e dificuldades de resposta”.
“É urgente consolidar a situação de centenas de colegas de outras instituições que estão em mobilidade a trabalhar para as administrações regionais de Saúde (ARS). Segundo, é necessário admitir mais enfermeiros e vincular os precários”, disse o líder sindical, que falava no decorrer de uma manifestação em frente à ARS Centro, em Coimbra.
Para José Carlos Martins, é também fundamental que a tutela retenha os enfermeiros vinculados para que “não emigrem ou vão para o setor privado”, resolvendo os problemas que os afetam.
“Para reter os que cá estão, é fundamental contar os pontos aos colegas em contrato individual de trabalho, aos que foram reposicionados nos contratos de 1.200 euros e iniciar o processo negocial de carreira, que valorize uma alteração pontual ao diploma atual, valorize todos e corrija injustiças e desigualdades e que o compense o risco através da aposentação mais cedo”, elencou.
O presidente do SEP alertou que nos próximos meses os enfermeiros vão ser sujeitos a maior carga de serviço com a habitual vacinação contra a gripe, a que acresce a vacinação dos cidadãos com mais de 65 anos [terceira dose contra a Covid-19] e o normal aumento da procura de cuidados de saúde pelas pessoas mais idosas no inverno.
Por outro lado, José Carlos Martins frisou ainda que é necessário retomar a atividade assistencial que não foi realizada durante o período Covid-19.
“Os enfermeiros têm sido incansáveis naquilo que tem sido uma resposta imprescindível e agudizaram-se muitas situações de saúde e de doença por ausência de resposta, pelo que tem de ser dada resposta aos problemas habituais e regulares das pessoas”, disse o sindicalista, salientando que os enfermeiros estão “exaustos depois do último processo de vacinação [contra a Covid-19]”.
Referindo que as dificuldades podem ser sentidas em todas as ARS, o líder sindical exigiu ainda que, no caso da região Centro, sejam abertos os concursos para as categorias de enfermeiro e enfermeiro especialista em saúde pública/saúde comunitária, já que “o despacho foi publicado”.
José Carlos Martins advertiu ainda que se a tutela não reunir com o SEP e não abrir processo negocial de diploma de carreira de enfermagem poderão ser desencadeadas novas formas de luta.
Todas estas preocupações dos enfermeiros constam de uma moção que foi entregue esta manhã na ARS Centro.
LUSA/HN
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