O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, revelou a sua “estranheza e absoluta estupefação” perante a forma de contacto escolhida pela ‘task force’ para convocar os maiores de 80 anos para o reforço contra a Covid-19 e vacinação contra a gripe sazonal.
O diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Marão e Douro Norte, Gabriel Martins, também afirmou hoje à Lusa que discorda deste envio de mensagens, que disse ser uma opção tomada pela estrutura nacional que está a gerir a vacinação.
Os idosos com 80 ou mais anos e os utentes de lares e de unidades de cuidados continuados começaram esta semana a receber a terceira dose da vacina para reforçar a sua imunidade contra o vírus SARS-CoV-2.
“Nós, ACES, dadas as características da nossa população – e já tivemos essa experiência no passado – não concordamos com o envio de mensagens e queremos ser nós a fazer as convocatórias, só que estamos aqui com um dilema entre as instruções que vêm da ‘task force’ e aquilo que queremos fazer autonomamente”, acrescentou Gabriel Martins.
Num comunicado divulgado hoje, o município de Vila Real alertou as autoridades responsáveis pela campanha de vacinação “para o erro” que considera que foi cometido no início da vacinação contra a Covid-19, nomeadamente a “convocação dos cidadãos para vacinação através de SMS enviada para os seus telefones móveis”.
“Sublinha-se novamente que, para a faixa etária em questão, esta metodologia causou grandes atrasos e confusão, num processo que se pretende expedito e eficaz”, refere o comunicado.
Nesse sentido, a autarquia liderada por Rui Santos “sugere veementemente que, tal como se fez no passado recente, os utentes a serem vacinados sejam contactados telefonicamente”.
“Quer o município quer, seguramente, todas as juntas de freguesia do concelho de Vila Real estarão novamente disponíveis para auxiliar de todas as formas a salvaguarda da saúde dos nossos concidadãos”, assegurou.
Gabriel Martins garantiu que o ACES está, nesta fase, a proceder a esse contacto telefónico porque, explicou, são conhecidas as dificuldades que os “utentes com mais de 80 anos têm para gerir esta situação das SMS”.
“Transmitimos isso à ‘task force’, que queríamos ser nós a programar a vacinação dos utentes. A ‘task force’ tem-nos recusado essa opção e, desta forma, está a complicar o processo e a obrigar-nos a fazer contactos por duas vias”, salientou.
O responsável explicou que no caso dos utentes que conseguem responder o agendamento fica assegurado, enquanto que os restantes vão ser contactados telefonicamente pelas respetivas unidades de saúde.
E acrescentou que, se for necessário, os serviços de saúde procederão também à vacinação dos utentes no seu domicílio.
Em Vila Real, o centro de vacinação comunitário instalado no Regia Douro Park foi desativado, após decisão do ACES e do município que consideraram que, nesta fase, “é sobredimensionado para as necessidades atuais de vacinação”.
“Após uma análise detalhada das necessidades, concluiu-se que os centros de saúde, complementados pela unidade móvel de saúde do município, serão suficientes para fazer face a esta nova etapa de vacinação”, explicou a câmara, que adiantou ainda que, em caso de “necessidade extraordinária”, poderá ser reativado.
“No ano passado, a vacinação da gripe correu muito bem. Nunca tivemos tanta gente vacinada contra a gripe no concelho de Vila Real e a estratégia passou por usar a unidade móvel de saúde, que se deslocava às freguesias, e por estabelecer um protocolo com as farmácias, pagando o município a toma da vacina. Este ano queremos repetir exatamente o mesmo procedimento para a vacina da gripe e, caso se julgue adequado e seja essa a orientação, faremos a mesma coisa com a vacina covid-19 para os maiores de 65 anos”, afirmou Rui Santos.
LUSA/HN
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