“Temos reservas em relação a estes números, porque a nossa capacidade de testagem reduziu bastante e os testes têm sido feitos maioritariamente por motivos de viagem. As atividades a nível das estruturas sanitárias estão limitadas devido à paralisação que se verifica no setor”, afirmou Plácido Cardoso, secretário do Alto Comissariado para a Covid-19.
Os funcionários públicos da Guiné-Bissau estão em greve há quase um ano. A paralisação tem afetado o setor da saúde.
O médico guineense falava aos jornalistas em conferência de imprensa para fazer o balanço semanal sobre a evolução da doença no país.
A Guiné-Bissau registou entre 25 e 31 de outubro apenas três novos casos e regista um total acumulado de 6.134 casos e 141 vítimas mortais.
Questionado pela Lusa sobre a possibilidade de uma nova vaga, tendo em conta o aumento dos casos na Europa e a aproximação do período de férias de Natal, Plácido Cardoso disse que vai obrigar a um reforço da “vigilância e rastreio”.
“O novo decreto levanta algumas restrições, mas obriga à observância de algumas medidas básicas como o uso de máscara e distanciamento, e apela à vacinação. O nosso apelo é para que nos vacinemos para criarmos a imunidade de grupo, que nos permitirá estar mais protegidos e evitar uma quarta vaga”, salientou.
O Governo da Guiné-Bissau decretou o estado de alerta na saúde até ao final de janeiro, diminuindo as restrições, mas impôs a vacinação obrigatória para professores e funcionários de qualquer estabelecimento de ensino e para estudantes do ensino superior.
A mesma medida também vai ser imposta para os transportes públicos rodoviários e fluviais. A falta de apresentação de certificado de vacinação obriga à realização de um teste.
Questionado sobre se as pessoas estão a aderir mais à vacinação, Plácido Cardoso disse que sim e que nas últimas 48 horas se assistiu a uma maior afluência.
Há cerca de 140.000 guineense vacinados, salientou.
A campanha de vacinação nacional contra a Covid-19 da Guiné-Bissau, lançada a semana passada, pretende atingir mais de 680 mil pessoas com 18 anos ou mais e vai custar cerca de 826 mil euros.
LUSA/HN
0 Comments