Presidente checo deixa unidade de cuidados intensivos depois de três semanas internado

5 de Novembro 2021

O Presidente checo, Milos Zeman, que esteve mais de três semanas internado numa unidade de cuidados intensivos, foi transferido para uma unidade de reabilitação, anunciou esta quinta-feira o hospital de Praga, onde está a ser tratado.

Zeman foi hospitalizado a 10 de outubro, um dia após as eleições legislativas na República Checa, tendo as televisões transmitido imagens mostrando-o aparentemente inconsciente.

A transferência para a unidade de reabilitação ocorre numa altura em que os senadores checos estão a estudar meios constitucionais para declarar Zeman inapto para exercer o cargo.

Segundo a imprensa local, o Presidente checo, de 77 anos, sofre de graves problemas de fígado devido ao consumo de álcool.

O político de esquerda começou este ano a deslocar-se de cadeira de rodas, devido a uma neuropatia diabética que lhe afetou as pernas.

“A 04 de novembro, o Presidente foi transferido para uma cama normal do serviço de reabilitação”, declarou a porta-voz do hospital universitário militar de Praga, Jitka Zinke, em comunicado.

A porta-voz indicou que Zeman foi hospitalizado por problemas relacionados com a sua “doença crónica conhecida”, causados por “uma ingestão deficiente de nutrientes e líquidos”, e acrescentou que “o estado clínico do Presidente melhorou”.

Em outubro, o hospital declarou num relatório que Zeman não estava em condições de desempenhar as suas funções.

Por sua vez, o gabinete de Zeman divulgou um vídeo que o mostra na cama, assinando uma resolução a convocar a primeira sessão pós-eleitoral do novo parlamento para 08 de novembro.

A sua hospitalização impediu-o de arbitrar as negociações sobre a criação do novo Governo.

Nos termos da Constituição do país, cabe ao Presidente nomear o próximo primeiro-ministro.

Zeman queria inicialmente nomear para o cargo o seu aliado político, o primeiro-ministro cessante Andrej Babis, apesar de o seu partido, o populista ANO (SIM), ter perdido por pouco o escrutínio contra a aliança tripartida de centro-direita Juntos.

Mas o seu plano fracassou, porque o Juntos formou uma coligação maioritária com uma outra aliança centrista, controlando assim 108 dos 200 assentos do parlamento.

Os dois grupos parlamentares declararam ter a intenção de assinar oficialmente o acordo de coligação a 08 de novembro.

O chefe de Estado prometeu que se reuniria com o líder do Juntos, Petr Fiala, provavelmente o próximo primeiro-ministro, depois de ser transferido para os cuidados normais.

No caso de os senadores decidirem declarar Milos Zeman inapto e obterem a aprovação das duas câmaras do parlamento checo, o novo primeiro-ministro e o presidente do parlamento assumirão provisoriamente os poderes presidenciais.

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