Das eleições de abril resultou um parlamento altamente fragmentado, com três novos partidos que emergiram dos protestos do verão anterior contra o Governo conservador do Cidadãos para um Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB), liderado pelo populista Boiko Borisov, formação que dominava desde 2009.
Face aos fracassos das tentativas de formar governo, houve novas eleições em julho, nas quais o GERB, de Borisov, foi ultrapassado pelo Existe Tal Povo, um dos partidos antissistema.
Os novos partidos que surgiram não somam maiorias nem estão dispostos a apoiar as formações tradicionais – o GERB, o Partido Socialista e o Movimento pelos Direitos e Liberdades – que consideram responsáveis pela corrupção e clientelismo político no país.
Assim, o país mais pobre da União Europeia (UE) tem sido governado por um executivo de tecnocratas.
Hoje há duplo ato eleitoral, num momento em que a Bulgária enfrenta uma nova vaga da pandemia de covid-19.
Na terça-feira, Sófia ativou o mecanismo europeu de proteção civil, pedindo medicamentos e dispositivos médicos como ventiladores, camas de cuidados intensivos e máscaras de oxigénio, depois de registar novo recorde de mortes diárias.
Outro fator que pesa nas eleições de hoje é a taxa de participação de um eleitorado cansado, que entre as eleições de abril e as de julho caiu de 49% para 41%.
As sondagens colocam de novo o GERB como a força política mais votada, com cerca de 23%, seguido do Partido Socialista, com 15%, e em terceiro o Continuamos a Mudança, fundado há apenas umas semanas por dois ministros do atual governo tecnocrata, Kiril Petkov (economia) e Asen Vasilev (finanças), também com 15% das intenções de voto.
O grande perdedor será o Existe tal Povo, que cai de mais de 23% para 13%, segundo as sondagens, ‘penalizado’ pela forma como geriu a anterior vitória eleitoral e a incapacidade de formar governo.
Nas eleições presidenciais, embora se apresentem mais de 20 candidatos, o atual Presidente, Rumen Radev, que se candidata a um segundo mandato, surge como claro favorito a obter entre 43% e 51% das intenções de voto, segundo as sondagens.
LUSA/HN
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