O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) avançou hoje que os chefes de equipa de urgência cirúrgica reapresentaram o pedido de demissão, afirmando que “o Conselho de Administração voltou atrás durante o dia de ontem [quarta-feira] perante todos os compromissos que tinham assumido com os chefes de equipa demissionários”.
Contactado pela agência Lusa, uma fonte oficial do CHULN assegurou que “o Conselho de Administração não recuou absolutamente em nada” do que tinha sido acordado na reunião de terça-feira com os chefes das equipas cirúrgicas da Urgência.
Assegurou ainda que “a urgência cirúrgica está a funcionar e a dar resposta aos doentes que acorrem ao serviço”, negando a informação avançada pelo SIM e pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZL) de que o banco não estava a funcionar hoje de manhã.
“Hoje não havia ninguém para fazer urgência porque as escalas de urgência não foram criadas e as exigências dos médicos do serviço de Cirurgia não foram cumpridas”, adiantou à Lusa o presidente do SMZL, João Proença, uma situação corroborada pelo secretário-geral do SIM.
O CHULN anunciou na terça-feira, em comunicado, que se reuniu nesse dia com os chefes das equipas cirúrgicas do Serviço de Urgência Central que se tinham demitido do cargo em 22 de novembro e que a “grande maioria” das questões relacionadas com organização e distribuição de serviço, estão solucionadas.
“Os chefes de equipa entendem ter condições para continuar a exercer os seus cargos”, afirmou o centro hospitalar no comunicado.
O Centro Hospitalar referiu ainda que, a somar à reorganização de processos internos, tem a decorrer um concurso para entrada permanente de cirurgiões no seu quadro e recrutou nos últimos dias quatro especialistas que vão reforçar as suas equipas de urgência.
Os chefes de equipa de urgência, dos assistentes hospitalares e internos da formação específica da especialidade de Cirurgia Geral do Departamento de Cirurgia tinham alertado nesse dia que em dezembro a prestação de cuidados de saúde nas urgências poderia estar em causa por falta de médicos.
No mesmo dia, numa nota de esclarecimento, os cirurgiões explicaram que “a degradação das condições de trabalho” no serviço, “o número excessivo de horas extraordinárias, equipas subdimensionadas para o trabalho prestado” e a realização de trabalho fora do âmbito da sua especialidade “compromete uma adequada e segura prestação de cuidados de saúde aos doentes na urgência” e “a atividade assistencial não urgente e a formação contínua dos médicos do Departamento de Cirurgia”.
LUSA/HN
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