Fixar profissionais de saúde em zonas periféricas depende de investimento no SNS, diz Governo

13 de Dezembro 2021

O secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, considerou esta segunda-feira que a fixação de profissionais de saúde em regiões como o litoral alentejano depende também da “capacidade de investimento” no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Também se melhora pela capacidade de investimento no próprio SNS, ou seja, as condições de trabalho são uma componente absolutamente essencial para manter as pessoas nos sítios, não só condições físicas, mas também por poderem evoluir naquilo que é o seu conhecimento e a sua carreira”, afirmou.

O governante falava aos jornalistas após uma visita ao Serviço de Medicina Intensiva (SMI) do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), em Santiago do Cacém (distrito de Setúbal), que recentemente foi alvo de obras de ampliação para expandir a sua capacidade.

Por outro lado, adiantou, a dificuldade em contratar profissionais de saúde em zonas mais periféricas do país também se contorna, dando continuidade aos “vários debates em torno daquilo que é a carreira de todos os profissionais de saúde”.

“Esse debate de alguma forma foi interrompido pelo ciclo eleitoral que agora estamos a viver, mas as propostas já existiam e estavam em cima da mesa, e essa abertura por parte do Governo mantém-se totalmente válida”, reforçou.

O investimento na ampliação do SMI, que “foi feito depois do início da pandemia” de Covid-19, garantiu “condições muito diferentes daquilo que existia até agora, duplicando” a sua capacidade, se se pensar “em termos de eficiência”, sublinhou.

“Investimentos como este na Medicina Intensiva transformam um bocadinho o paradigma deste hospital” nessa área, “e isso acabou também por acontecer em toda a região do Alentejo e acontecerá ainda mais com o novo Hospital Central do Alentejo dentro de uns anos”, exemplificou.

Para o governante, trata-se de uma obra “absolutamente essencial, tanto para a população que serve, como também para toda a região do Alentejo, permitindo gerir melhor os recursos e as necessidades das pessoas da região”.

“Aliás, este hospital passa também a ter capacidade formativa em Medicina Intensiva e essa componente é absolutamente essencial para a fixação de profissionais e para a formação de novos profissionais, porque sabemos que há áreas onde há escassez de profissionais qualificados”, frisou.

O novo Serviço de Medicina Intensiva do HLA, um investimento de 1,2 milhões de euros, traduziu-se num aumento de quatro quartos, com antecâmara e sistema mecânico de ventilação/ar tratado em pressão variável, fixando a lotação deste serviço em 11 camas.

Também o número de profissionais de saúde neste serviço aumentou, passando de 18 para 26 enfermeiros e de seis para sete médicos de Medicina Intensiva, segundo dados da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA).

“Esta ideia de que é um hospital com mais soluções e mais capacidade de tratar os doentes é absolutamente essencial para convencer os profissionais a virem para esta região, que é maravilhosa em termos de condições físicas, mas não é só isso que conta, daí estes investimentos”, realçou.

Segundo a presidente do conselho de administração da ULSLA, Catarina Filipe, a maior dificuldade recai “na área da enfermagem”, existindo um défice de “50 a 60 enfermeiros” porque não há capacidade “para fixar os recursos na região” devido à falta de habitação “com rendas acessíveis para os profissionais de saúde”.

O secretário de Estado da Saúde visitou ainda “as obras recém-terminadas e em curso no HLA”, como o novo serviço de urgência médico-cirúrgica, o heliporto, a nova farmácia e o novo hospital de dia.

LUSA/HN

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