Em comunicado, a OM considera que “este é um caso de extrema gravidade que merece o repúdio da Ordem dos Médicos, bem como de toda a sociedade civil”.
Na nota, o bastonário da OM, Miguel Guimarães, lamenta que a violência física e psicológica contra os profissionais de saúde continue “sem uma solução robusta e estrutural que permita prevenir estas situações deploráveis”.
“Após dois anos de promessas, o Ministério da Saúde continua a não defender os médicos e a permitir que os agressores não sofram consequências legais pelos seus atos”, sublinha Miguel Guimarães, citado na nota.
A OM insiste em que sejam tomadas medidas concretas, com caráter de urgência, que permitam proteger os profissionais de saúde, prevenir situações de violência física e/ou psicológica e punir os agressores.
“Num Serviço Nacional de Saúde em que a fragilidade e a violência são uma realidade, as autoridades competentes têm a obrigação ética e jurídica de fazer mais para proteger e cuidar de quem trata e cuida de todos nós”, sublinha o bastonário.
A OM lembra que, de acordo com dados da plataforma Notifica, da Direção-Geral da Saúde, entre janeiro e outubro deste ano foram notificadas 752 situações de violência contra profissionais de saúde.
Este número corresponde a um aumento de 4% de episódios de violência face ao período homólogo de 2020.
Uma mulher de cerca de 50 anos agrediu na madrugada de segunda-feira uma médica nas urgências do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, o que levou a administração a apresentar queixa ao Ministério Público.
A participação, também confirmada pela PSP do Porto, decorreu do facto de uma mulher a aguardar para ser atendida ter, “após uma troca de palavras cerca das 04:00 com uma médica, agredido a mesma”, disse à Lusa fonte hospitalar.
No ato da agressão, acrescentou a fonte, a utente “utilizou as agulhas de crochê que tinha mão” e que utilizara até então “para fazer crochê enquanto aguardava ser atendida”.
A fonte disse à Lusa que a mulher deu entrada no hospital “cerca da meia-noite e que lhe foi atribuída “uma pulseira verde”.
Foi chamado ao local o agente da PSP de serviço no hospital, para tomar conta da ocorrência, informação que serviu de base para a queixa entretanto apresentada.
A utente voltou, entretanto, às urgências daquele hospital, alegando estar sob “grande ansiedade”, tendo sido atendida, acrescentou a fonte, precisando que o hospital “não pode negar atendimento a ninguém”.
LUSA/HN
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