Venezuela: Jantares convívio, uma nova forma de portugueses angariarem fundos

25 de Dezembro 2021

Depois de almoços e convívios de solidariedade, a comunidade portuguesa de Caracas decidiu avançar com os jantares convívio, uma nova forma de recolher fundos para apoiar idosos portugueses e crianças venezuelanas com cancro.

O primeiro jantar teve lugar em Caracas, num conhecido salão de festas. Começou pelas 20:00 locais (meia-noite em Lisboa), contou com a presença de mais de 240 portugueses e prolongou-se por dez horas.

“É um jantar convívio. A pandemia (da covid-19) distanciou as pessoas e nós queremos voltar a unir todos, as instituições e fundações, por uma causa nobre”, explicou à agência Lusa um dos promotores da iniciativa.

Renato Amaral, porta-voz de “Los Panas” (Os Amigos), um novo grupo de portugueses que surgiu de pequenos-almoços durante a pandemia da covid-19, explicou ainda que, apesar das limitações da quarentena, têm contribuído com “ajudas a pessoas mais carenciadas, a crianças com cancro e ao Lar da Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira”.

“A pandemia é um problema, mas queremos estender a mão aos mais necessitados, unir esforços e continuar. Este projeto nasceu de ‘Los Panas’, mas queremos todos unidos pela causa”, disse.

Por outro lado, Margarita Beja, do grupo Netas do Lar da Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira, explicou à Lusa que parte dos recursos obtidos durante o jantar convívio, organizado pelo grupo “Los Panas”, está destinada a “merendas, almoços, à organização de jogos e convívios para que os ‘avozinhos’ tenham uma vida mais agradável” naquele lar e à fundação venezuelana Chuva de Sorrisos, que atende crianças com cancro.

“Eu sou lusodescendente e estou super orgulhosa de pertencer a uma comunidade tão maravilhosa, que apesar da pandemia continua a doar, mesmo que pouco, e a estar presente no dia a dia nos eventos que fazemos, sobretudo nesta causa dos avós do Lar”, disse.

No jantar esteve também Maria Fernanda de Moreira, presidente da Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas, entidade que projetou e construiu o Lar, que elogiou a sensibilidade da comunidade portuguesa local para com os compatriotas, lamentando, no entanto, que a covid-19 e a crise tenham criado dificuldades a muitos portugueses.

“Agora, a nossa comunidade não ajuda tanto como antes devido à pandemia, porque muitos empresários tiveram de fechar os negócios”, disse à agência Lusa.

No entanto, destacou que tiveram “a ajuda do Governo português e é graças a isso que é possível fazer frente às grandes dificuldades porque os custos triplicaram com as desinfestações que têm de ser feitas no lar, as vacinas e as máscaras”.

“Tudo isso são despesas que todos os meses há que repor. Esperamos que a pandemia termine para voltar a fazer eventos para angariar fundos, porque são uma ajuda que entra perante tantos gastos mensais que temos”, explicou.

Criado em 1999 e com capacidade para albergar uma centena de pessoas, o Lar da Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira foi projetado pela comunidade portuguesa da Venezuela e impulsionado pela Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas de Caracas.

O lar homenageia o padre Joaquim Ferreira, membro fundador e guia espiritual daquela associação benemérita, tem uma área de construção de cinco mil metros e 11 mil de zonas verdes e está situado na urbanização Los Anaucos Norte, 15 minutos a sul de Caracas.

HN/NR/LUSA

 

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