Sílvia Lutucuta, que falava à Televisão Pública de Angola (TPA) na noite desta quinta-feira, afirmou que a estirpe Ómicron constitui por esta altura o grande desafio no combate à pandemia no país devido o seu rápido contágio.
“A sua transmissibilidade e incidência são rápidos e a taxa de positividade diária que estamos a ter é muito alta, que andam entre os 25% e 30% que é bastante elevado e com um impacto a todos os níveis da nossa sociedade”, notou.
A adesão às medidas de proteção coletiva e individual e à vacinação “têm de ser um facto”, observou Sílvia Lutucuta, lamentando, no entanto, o “reiterado incumprimento” dessas medidas de biossegurança a nível dos cidadãos.
“Temos um número considerável de pessoas que continua a circular sem máscara, houve um relaxamento muito grande, estamos muito preocupados com esta situação e vai haver mão pesada com multas para pessoas que não estão a cumprir o isolamento domiciliar”, assegurou.
Um novo decreto presidencial sobre a situação de calamidade pública em Angola, em vigor desde 24 de dezembro, determina medidas restritivas para conter a propagação da Covid-19, sobretudo a variante Ómicron.
A força de trabalho presencial em instituições públicas e privadas foi reduzida para 30%, mas, de acordo com a ministra angolana, muitos funcionários afetados “não estão a permanecer em casa”, situação que “concorre para novos contágios”.
Questionada sobre o regresso às aulas, já a partir de segunda-feira, ante a rápida propagação da Covid-19 pelo país, Sílvia Lutucuta referiu que a situação está a ser avaliada a nível da Comissão Multissetorial de Prevenção e Combate à Covid-19.
A variante Ómicron está igualmente a desfalcar as equipas médicas em várias unidades hospitalares do país, com médicos, enfermeiros e demais técnicos a testarem positivo à Covid-19.
Sobre o assunto, a também porta-voz da Comissão Multissetorial de Prevenção e Combate à Covid-19 em Angola referiu que os técnicos de saúde, a quem classificou como guerreiros, “estão muito expostos, mas continuam moralizados”, receando por um “colapso no sistema”.
“Mas por esta altura se não continuamos a cumprir com as medidas também colocamos em risco os nossos profissionais e poderemos entrar mesmo num colapso do sistema, mas não é porque a pressão assistencial”, sublinhou à TPA.
Porque, assinalou, “agora com a variável Ómicron não temos tantos internamentos, mas estamos a ter baixas a nível dos profissionais de saúde e vamos continuar a trabalhar na prevenção para evitar contágio hospitalar, mas o risco é que eles também estão nas comunidades”.
Em relação aos preços dos testes de desembarque, questionado por vários cidadãos, a ministra angolana, sem detalhar, assegurou que um decreto que “terá o preço justo” será publicado em breve.
“Será um teste de antigénio e temos que aceitar que a testagem é um investimento muito grande e mesmo essas que fazemos em massa a nível das populações”, frisou.
Pelo menos 11,3 milhões de pessoas já foram vacinadas em Angola contra a Covid-19, sendo mais de 7 milhões com a primeira dose, mais de 3,5 milhões com as duas doses e 304 mil com vacinação completa da dose única.
Segundo o boletim epidemiológico da direção nacional de Saúde Pública, divulgado na quinta-feira, Angola registou, nas últimas 24 horas, 1.396 novos casos positivos, quatro óbitos e 156 recuperações.
Angola, que há mais de um ano vive situação de calamidade pública, totaliza 79.871 casos positivos, 64.280 recuperados, 13.827 casos ativos e 1.764 óbitos.
LUSA/HN
0 Comments