Hospital de Viana do Castelo lança conto infantil que assusta o medo de operações

13 de Janeiro 2022

O bloco de ambulatório do hospital de Santa Luzia, Viana do Castelo, lança na segunda-feira um conto infantil para reduzir a ansiedade e o medo das crianças e dos pais quando confrontados com o desconhecido do ambiente hospitalar.

“Tudo o que acontece no bloco ambulatório é mostrado e explicado no livro de uma forma simples que vai ajudar a dissipar o medo”, disse ontem à agência Lusa o chefe de enfermagem do bloco ambulatório, David Lourenço.

Com o título, “O Lourenço foi operado e o medo é que ficou assustado. Sabes o que aconteceu? O Medo encolheu”, o livro de histórias surge no âmbito de um projeto que aquele serviço desenvolve há vários anos para reduzir da ansiedade de pais e filhos no bloco ambulatório que opera, maioritariamente, crianças entre os sete e os 10 anos.

A história, criada pela anestesista Joana Guimarães, autora dos desenhos e grafismos que ilustram o livro, conta “todo o percurso que as crianças que chegam ao meio hospitalar para cirurgia vão percorrer, desmistificando os medos”.

“Por vezes, as crianças sentem medos que se forem devidamente explicados e conversados, acabam por encolher, diminuindo a ansiedade. O livro serve também para apoiar os pais que também precisam estar informados, permitindo uma convivência natural, agradável e menos traumática”, explicou.

A “experiência e conhecimento no contexto da anestesia do doente pediátrico no bloco ambulatório conduziram ao desenvolvimento de múltiplas estratégias que têm como objetivo fazer com que as crianças se sintam mais confiantes e seguras numa situação muito desafiante”.”

“No futuro, com este trabalho desenvolvido com crianças, vamos ter adultos mais bem preparados para o desconhecido. No imediato, como os pais também são envolvidos na história, vão perceber que, antes de chegarem ao hospital, já têm conhecimento e informação importante”, disse.

O projeto de redução da ansiedade no bloco ambulatório tem sido desenvolvido e implementado, há vários anos, pelos respetivos médicos anestesistas e enfermeiros.

“Todos os anos, no Dia Mundial da Criança, abrimos a porta do bloco operatório e convidamos uma escola a vir conhecer a nossa dinâmica de trabalho. Simulamos uma cirurgia, as crianças vestem-se a rigor e observam como tudo funciona”, explicou.

A pandemia de Covid-19 veio suspender aquela atividade e a ajuda do boneco Lourencinho, que, na consulta pré-operatório, ajudava as crianças perderem o medo.

“O Lourencinho vestido a rigor, com a bata própria para a cirurgia, com os elétrodos colocados, a touca do cabelo. ‘In loco’ conseguimos exemplificar e desconstruir os receios de crianças e pais. Por causa da pandemia, tivemos de parar essa atividade”, explicou o enfermeiro David Lourenço.

Apesar da pandemia “ter travado essa interação, o livro é, no atual contexto, a melhor forma de continuar o trabalho junto das crianças”.

Para o responsável, esta “estratégia de informação é um fator facilitador de um bom trabalho, boa integração e redução de receios”.

David Lourenço adiantou que o objetivo do serviço passa ainda por fazer chegar o livro às bibliotecas municipais da região, apontando como exemplo a iniciativa “Sábados com Histórias”, promovida pela Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, que consiste na dramatização e encenação de uma história destinada a crianças até aos 12 anos.

A edição do livro, que vai ser apresentado na segunda-feira, às 11:00, no auditório do hospital de Santa Luzia, tem o apoio da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM).

A ULSAM é constituída por dois hospitais: o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima.

Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente de 231.488 habitantes nos 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.

LUSA/HN

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