Com uma câmara de filmar oculta, a equipa de reportagem da Globo captou em flagrante um vendedor a negociar o certificado de vacinação, necessário para a entrada em locais fechados, como restaurantes, bares, casas de espetáculos, entre outros.
“Cartão de vacina, meu amigo, estou vendendo a 200 reais aí. Vem em branco, assim”, apregoou o homem, exibindo o cartão e aconselhando o comprador a preencher os seus dados pessoais no documento.
De acordo com o homem, o certificado é o mesmo dado nos postos de saúde do Brasil, assegurando que nenhum dos seus clientes teve problemas com os cartões falsificados.
“Na semana passada, uma menina pegou 10 [certificados] comigo. (…) Ela não estava fazendo questão de os funcionários dela tomar a vacina, então ela mesmo comprou dez para dar aos funcionários dela”, contou o vendedor à equipa de reportagem, sem saber que estava a ser filmado.
De acordo com o portal de notícias G1, agentes da Polícia detiveram ontem quatro homens que vendiam falsos certificados de vacinação próximo ao Aquário Marinho do Rio de Janeiro (AquaRio), na zona portuária do Rio de Janeiro e um ponto turístico da região.
A exigência de certificado de vacinação contra a Covid-19 para possibilitar a entrada em locais fechados é apoiada por 81% dos brasileiros, segundo uma sondagem divulgada na segunda-feira pelo Instituto Datafolha.
Ainda segundo o levantamento, 18% são contra a exigência do certificado e 1% não soube responder.
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que alega não ter se vacinado contra a Covid-19, é contra a exigência do certificado de vacinação, já adotado em diversas regiões do país.
Apesar da posição do chefe de Estado, o executivo brasileiro exige a apresentação do certificado de vacinação contra a Covid-19, assim como um teste negativo à doença, para a entrada de viajantes no país por via aérea.
O Brasil enfrenta atualmente uma nova vaga da pandemia causada pela rápida expansão da Ómicron, uma nova variante, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que já se tornou dominante em vários países, incluindo Portugal e o próprio Brasil.
O país sul-americano, um dos mais afetados pela pandemia em todo o mundo, juntamente com os Estados Unidos e com a Índia, já acumula mais de 622 mil mortos e 23,5 milhões de infetados.
LUSA/HN
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