Costa disponível para dialogar com todos os partidos à exceção do Chega

24 de Janeiro 2022

O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou esta segunda-feira que, após as eleições legislativas de domingo, está disponível para dialogar com todos os partidos com assento parlamentar, à exceção do Chega, para garantir uma boa solução governativa para o futuro.

Em entrevista à Rádio Renascença, António Costa referiu que a geringonça não é hoje a única solução e defendeu que, após conhecidos os resultados das legislativas de domingo, os partidos se reúnam para encontrar a melhor solução governativa.

“A seguir às eleições todos vamos ter que falar com todos”, disse.

Respondendo ao convite que Catarina Martins lhe endereçou no domingo para um encontro no dia seguinte às eleições, Costa esclareceu: “Nunca recusei qualquer conversa com o Bloco de Esquerda, só tenho mesmo pena que o BE tivesse impedido que as conversas sobre o Orçamento do Estado para 2022 tivessem continuado para além da generalidade e tivessem prosseguido na fase da especialidade”.

E adiantou que nunca teve as portas fechadas ao Bloco de Esquerda, com quem negociou temas importantes, como a reforma do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ou a lei do clima.

“Vamos ter de falar com o Bloco e com todos os partidos com assento parlamentar, à exceção do Chega, com quem não há muito a falar”. O objetivo é “garantir uma boa solução de governação para o futuro”, disse.

Sobre um diálogo com o PCP, a pedido de João Oliveira, o secretário-geral do PS disse achar estranho que, na campanha eleitoral, venham fazer perguntas sobre a sua disponibilidade para o diálogo.

E assumiu-se como “o político português que mais dialogou” com os partidos da esquerda e derrubou o muro erguido em 1975.

“Respeitarei sempre a decisão dos portugueses e na noite de dia 30 saberei interpretar os resultados eleitorais” e “encontrar para o país a melhor solução de Governo”, afirmou.

Em relação a um eventual entendimento com o PSD, António Costa disse que a grande escolha que está presente é a decisão entre as escolhas do PS ou do PSD.

“Numa democracia há sempre uma base de entendimento natural que é o país”, referiu, acrescentando: “Respeitarei naturalmente a escolha que os portugueses fizerem e em virtude disso verei qual a melhor solução para assegurar uma maior estabilidade”.

Nesta entrevista, o líder socialista anunciou que, caso os resultados eleitorais permitam ao PS formar Governo, e após a discussão do programa do Governo, estará em condições de apresentar um Orçamento do Estado para 2022, que poderá ser discutido em março e estar em vigor em abril.

LUSA/HN

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