Secretário da Saúde dos Açores admite “semanas intensas” de casos

28 de Janeiro 2022

O secretário regional da Saúde dos Açores admitiu na quinta-feira um aumento de casos de infeção por SARS-CoV-2 nas próximas semanas sem avançar com uma previsão para um pico de casos e apelou à tranquilidade da população.

“Ao longo destas últimas duas semanas, ouvimos já várias previsões sobre o pico. Até agora, não vi nenhuma que acertasse. Por isso, não vou fazer essas projeções. Estamos a perceber é que temos mais umas semanas intensas de casos positivos. Isto é inequívoco. Temos de saber lidar com isso”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à margem de uma visita a um posto de testagem.

Os Açores bateram ontem um novo recorde de casos diários de infeção por SARS-CoV-2 (1.997 casos), que provoca a Covid-19, atingindo também o número mais elevado de casos ativos desde o início da pandemia (10.434).

O secretário regional da Saúde e Desporto considerou que a região está a viver “um momento expectável da pandemia”, à semelhança do resto do mundo, em que há “um aumento exponencial de casos”.

“Há quem não queira que a pandemia acabe e há quem pense que já acabou. Nem uma coisa, nem outra. Continua a haver pandemia, mas tem de ser vista aos olhos da realidade destes dias”, salientou.

Segundo Clélio Meneses, é preciso passar uma “mensagem de tranquilidade” à população e reservar os recursos de saúde para os casos que deles necessitem.

“Uma pessoa que está em sua casa, sem sintomas, apenas porque está a acompanhar um caso positivo – um filho ou um coabitante -, não é necessário que fique com grande perturbação emocional, nem grande preocupação, porque não recebe um telefonema [dos serviços de saúde]. Passados cinco dias [relativos ao período de isolamento], segue a sua vida”, apontou.

O boletim diário da Autoridade de Saúde Regional de ontem dá conta de 1.997 novos casos de infeção e de 5.179 análises realizadas.

Questionado sobre a taxa de positividade da região, o titular da pasta da Saúde disse que não estão contabilizados no boletim os testes rápidos realizados nas 26 entidades que têm convenção com o executivo açoriano.

“Há dias em que são realizados mais testes do que outros. Certamente, são feitos mais dois ou três mil testes do que aqueles que são identificados como realizados, o que quer dizer que a taxa de positividade não é aquela que decorre da mera conta aritmética do número de casos com o número de testes que estão nos comunicados”, alertou.

O secretário regional adiantou que, “a partir da próxima semana”, esses testes deverão ser registados na plataforma regional.

Os Açores tinham ontem 55 doentes com Covid-19 internados nos três hospitais da região, incluindo sete em cuidados intensivos, mas o governante sublinhou que podiam ser 640, se houvesse a mesma “proporção de internamentos por caso” registada há um ano.

“Se temos em cerca de 10.000 casos, cerca de 50 internados, cerca de cinco pessoas em cuidados intensivos, que representa 0,07%, é importante perceber que os recursos devem estar dirigidos para aqueles que efetivamente precisam”, observou.

“Não podemos estar a ocupar recursos de saúde, recursos públicos, para 99,9% de casos que não exigem qualquer cuidado de saúde público. Temos de orientar as decisões políticas para esta realidade”, frisou.

LUSA/HN

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