Organizações cabo-verdianas procuram 544 mil euros para comprar mamógrafos móveis

5 de Fevereiro 2022

Três organizações da sociedade civil cabo-verdiana querem mobilizar 544 mil euros para comprar dois aparelhos de mamografia móveis, para os dois maiores hospitais do país, podendo ir a outras ilhas para o diagnóstico precoce do cancro de mama.

A informação foi avançada esta sexta-feira, na ilha de São Vicente, por Conceição Pinto, representante do grupo, constituído por três associações, a Associação Cabo-verdiana da Luta contra o Cancro, a Liga Cabo-verdiana da Luta Contra o Cancro e Unidos na Luta Conta o Cancro.

“O custo dos aparelhos é aproximado e depois poderá ser negociado e temos que também ter em conta que teremos que ter apoio técnico, para a escolha do melhor equipamento. O outro problema será em termos de técnicos especialistas para fazerem a leitura das mamografias já que temos alguma limitação dentro do país”, explicou a mesma fonte.

As três associações pretendem mobilizar 60 milhões de escudos cabo-verdianos (544 mil euros) para comprar os aparelhos, que serão colocados nos hospitais Baptista de Sousa, em São Vicente, e Agostinho Neto, na Praia, com possibilidades de se deslocarem para outras ilhas no apoio ao diagnóstico precoce do cancro de mama.

Tendo em conta de se tratar de mamógrafos digitais, a porta-voz projetou que as imagens poderão ser enviadas para qualquer parte do mundo, para poderem ser lidas por qualquer especialista.

De acordo com a mesma fonte, estes aparelhos irão reforçar os recursos já existentes e ainda tornar mais democrático o diagnóstico do cancro em Cabo Verde.

“Os dois hospitais já possuem mamógrafos, mas temos noção de que, de vez em quando, avariam e com estes outros aparelhos portáteis poderão dar cobertura a estes hospitais”, afirmou.

Conceição Pinto frisou que o grupo de associações quer adquirir os dois mamógrafos para o país com o apoio da sociedade civil para fazer face à situação atual de número de casos, em média de 600 por ano de todos os tipos, e vítimas mortais do cancro de mama.

“Apresentei a proposta em nome das três organizações de luta contra o cancro, existentes no país, será a participação da sociedade civil na luta contra o cancro em Cabo Verde e nós escolhemos o cancro de mama que é um cancro mais frequente no mundo e no nosso país, uma das causas mais frequentes de morte nas nossas mulheres. Aqui em Cabo Verde, o cancro continua a ser diagnosticado muitas vezes numa fase avançada”, salientou.

Devido às dificuldades em atuar nos fatores de risco, irão desta forma apostar na prevenção através do diagnóstico precoce.

“Só pode ser feito através da mamografia porque quando nós apalpamos o cancro, quer dizer que já há evolução de algum tempo. Portanto, o método de excelência para se fazer o diagnóstico precoce de cancro de mama é a mamografia”, explicou.

“E tendo em conta as nossas limitações que temos no país em termos de recursos financeiros e agora agravado pela situação sanitária que estamos a viver, os recursos são limitados, por isso é que como representantes da sociedade civil tomamos esta decisão de apoiar o Ministério da Saúde no reforço de equipamentos para controlo do cancro”, prosseguiu.

Desta forma, desafiou os cabo-verdianos residentes no país e na diáspora, bem como os amigos de Cabo Verde para ajudar na aquisição dos equipamentos, que sendo móveis poderão ser deslocados para serem usados em diferentes partes do país.

De acordo com Conceição Pinto, as associações já estão a fazer contacto com pessoas no país e no estrangeiro e informou que o projeto será apresentado oficialmente em 08 de março, Dia Internacional da Mulher.

A ideia é de que no próximo ano, por esta altura, seja entregue pelo menos um dos equipamentos, de acordo com a representante das organizações.

LUSA/HN

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