Em comunicado, o instituto do Porto esclarece que o projeto visa perceber a importância da flora intestinal no desenvolvimento da Doença Inflamatória do Intestino (DII), que inclui a Doença de Crohn e a colite ulcerosa.
Dados indicam que a “perturbação da relação entre microrganismos e o sistema imunológico intestinal contribui para o desenvolvimento de DII anos antes do diagnóstico”, refere Salomé Pinho, investigadora do i3S, citada no documento.
Nesse sentido, os investigadores vão tentar compreender as causas subjacentes “à perda de equilíbrio microbiano intestinal [disbiose] associada à inflamação intestinal”, por forma a identificar novos biomarcadores e alvos terapêuticos.
Recorrendo a “tecnologia de ponta” e “recursos humanos diferenciados”, a investigação vai explorar o papel dos açucares [glicanos] expostos à superfície da mucosa intestinal e a sua relação tanto com a microbiota, como com o sistema imune.
Tal permitirá identificar novas terapias “que passam pela modulação do microbioma, uma abordagem promissora no tratamento e na prevenção da DII”, acrescenta a investigadora, que é também docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS).
A investigação conta com a colaboração da unidade de DII do serviço de Gastroenterologia do Centro Hospitalar e Universitário do Porto (CHUP) e do serviço de Gastroenterologia do Saint Antoine Hospital, em Paris, França.
De acordo com Salomé Pinho, a colaboração com os dois serviços hospitalares permitirá “estudar em larga escala doentes com DII, através do uso de tecnologias avançadas na área da glicobiologia e do microbioma”.
O projeto foi distinguido com um “ECCO Pionner Award”, no valor de 300 mil euros, pela European Crohn’s and Colitis Organization, uma associação médica europeia sem fins lucrativos dedicada à Doença Inflamatória Intestinal.
LUSA/HN
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