Novo recorde de mortes por Covid-19 na Coreia do Sul

15 de Março 2022

A Coreia do Sul registou esta terça-feira 293 mortes atribuídas à Covid-19 nas últimas 24 horas, o valor mais elevado desde o início da pandemia, com o país a enfrentar um aumento recorde de casos.

Apesar do número de pacientes em situação grave ou crítica ter também atingido um novo máximo, 1.196, as autoridades de saúde disseram que a resposta médica da Coreia do Sul permanece estável.

Depois de esforços para expandir os recursos, mais de 30% das unidades de cuidados intensivos designadas para o tratamento de Covid-19 estão ainda disponíveis, sublinharam as autoridades.

Mas o Governo sul-coreano indicou esperar que a pressão sobre o sistema hospitalar aumente nas próximas semanas, considerando os intervalos de tempo entre infeções, hospitalizações e mortes.

“Prevemos que o número [de casos graves ou críticos] cresça para cerca de dois mil. Estamos a preparar a nossa resposta médica para isso”, disse um responsável do Ministério da Saúde Park Hyang, em conferência de imprensa.

A Coreia do Sul registou uma média diária de cerca de 337 mil novos casos nos últimos sete dias, incluindo 362.283 na terça-feira, representando um aumento de mais de 80 vezes em relação aos níveis observados em meados de janeiro, quando a variante Ómicron se tornou dominante.

O número de casos registados no país é atualmente superior a 7,2 milhões, com 6,4 milhões de infeções desde fevereiro.

Park Hyang disse que o país tem tido níveis mais baixos de mortalidade do que nos Estados Unidos e na Europa graças às altas taxas de vacinação.

Mais de 62% dos sul-coreanos já receberam doses de reforço e as autoridades vão começar, no final de março, a distribuir vacinas para crianças entre 5 e 11 anos.

Desde o início da pandemia da covid-19, o país registou 17,6 mortes ligadas à doença por 100 mil habitantes, em comparação com 285,5 mortes nos EUA e 237,5 no Reino Unido, de acordo com a Agência de Controle e Prevenção de Doenças sul-coreana, (KDCA, na sigla em inglês).

A variante Ómicron obrigou a Coreia do Sul a abandonar uma resposta rigorosa a Covid-19, baseada em testes laboratoriais em massa, rastreamento de contactos e quarentenas, com as autoridades sanitárias a concentrar os recursos médicos em grupos prioritários, incluindo pessoas com 60 anos ou mais e pessoas com condições médicas preexistentes.

Mais de 1,6 milhão de pessoas com sintomas leves ou moderados da Covid-19 foram aconselhadas a isolarem-se em casa para aliviar os hospitais, disse a KDCA.

A Covid-19 provocou pelo menos 6.011.769 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Daniel Ferro: Retenção de Médicos no SNS: Desafios e Estratégias

Daniel Ferro, Administrador Hospitalar na USF S. José, apresentou no 10º Congresso Internacional dos Hospitais um estudo pioneiro sobre a retenção de profissionais médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A investigação revela as principais causas de saída e propõe estratégias para melhorar a retenção de talentos.

Inovação Farmacêutica: Desafios e Oportunidades no Acesso a Novos Medicamentos

A inovação farmacêutica enfrenta desafios significativos no que diz respeito ao acesso e custo de novos medicamentos. Num cenário onde doenças como Alzheimer e outras condições neurodegenerativas representam uma crescente preocupação para os sistemas de saúde, o Professor Joaquim Ferreira, Vice-Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, abordou questões cruciais sobre o futuro da inovação terapêutica, os seus custos e o impacto na sociedade durante o 10º Congresso Internacional dos Hospitais, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hopitalar (APDH).

Desafios e Tendências na Inovação Farmacêutica: A Perspetiva de Helder Mota Filipe

O Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Helder Mota Filipe, abordou os principais desafios e tendências na inovação farmacêutica durante o 10º Congresso Internacional dos Hospitais. A sua intervenção focou-se na complexidade de garantir o acesso a medicamentos inovadores, considerando as limitações orçamentais e as mudanças demográficas e epidemiológicas em Portugal

Carlos Lima Alves: Medicamentos Inovadores: O Desafio do Valor Sustentável

Carlos Lima Alves, Médico e Vice-Presidente do Infarmed, abordou a complexa questão dos medicamentos inovadores no 10º Congresso Internacional dos Hospitais, promovido pela Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH). A sua intervenção centrou-se na necessidade de equilibrar o valor dos medicamentos com os custos associados, destacando a importância de uma avaliação rigorosa e fundamentada para garantir que os recursos financeiros sejam utilizados de forma eficaz e sustentável.

Projeto Pioneiro em Portugal Aborda Gestão de Resíduos na Diabetes

A Unidade Local de Saúde de Matosinhos apresentou um projeto inovador sobre a gestão de resíduos resultantes do tratamento da diabetes, na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. O projeto “Diabetes e o meio ambiente” visa sensibilizar e capacitar pacientes e famílias para a correta separação de resíduos, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.

MAIS LIDAS

Share This