O projeto chama-se “DESenvelheSER” e, partindo da iniciativa do Centro Salesiano, conta com a parceria da Câmara de Arouca, no distrito de Aveiro, que, na candidatura ao programa de financiamento Portugal Inovação Social, se assumiu como investidora social e suportará assim 30% do custo da medida, orçada em mais de 171 mil euros e com um prazo de execução de 18 meses.
Fonte oficial da Câmara de Arouca disse à Lusa que o projeto “é inovador” porque, ao contrário de outros, “não se apresenta como uma atividade ‘para seniores’, mas sim ‘com seniores’”.
Em termos concretos, as entidades que coordenam o projeto vão associar-se às juntas de freguesia locais para identificar e capacitar cidadãos que, entre os 60 e 65 anos de idade, possam tornar-se “mentores” de outros em idêntica faixa etária, incentivando-os a incluírem nas suas rotinas “a prática de exercício físico e hábitos que permitam evitar o isolamento social”.
São esses, afinal, os dois grandes objetivos do programa DESenvelheSER: por um lado, “promover a capacitação da população sénior na componente do bem-estar físico e mental, da saúde, da nutrição e da gerontologia”; e, por outro, dada a dispersão geográfica do território de Arouca, “atenuar a solidão e o isolamento das populações mais idosas”.
Na primeira fase do programa, os esforços estarão focados na seleção dos referidos “mestres”, com recurso a “uma breve entrevista centrada nas temáticas do projeto” e a um inquérito que apurará “a motivação dos inscritos para ajudar e ensinar os outros”.
Concluído o processo de seleção, os cidadãos escolhidos irão então receber formação adequada para que possam “exercer influência” junto de familiares, amigos, vizinhos e outros conhecidos com comportamentos a corrigir.
A autarquia realça que essa etapa formativa visa igualmente preparar os “mestres” para a condução de iniciativas regulares no âmbito da “atividade física vocacionada para idosos com dificuldades de mobilidade e em situação de isolamento social”.
A título de exemplo, estão assim previstas ações como “caminhadas e jogos tradicionais, aulas de fisioterapia e iniciativas para desenvolvimento da motricidade fina e capacitação motora”, assim como sessões para combater a depressão e a ansiedade, para atenuar o isolamento social e para promover o convívio entre a comunidade.
“Há ainda espaço para promoção da dieta mediterrânica e para aconselhamento nutricional, inclusive mediante a criação de planos individualizados para pessoas com problemas de saúde como o colesterol elevado, a hipertensão arterial ou a diabetes”, conclui a autarquia.
LUSA/HN
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