“Esta descoberta é importante porque a informação que recolhemos não difere em função da gravidade dos sintomas ou se uma criança era assintomática, se tinha um peso saudável, obesidade ou por sexo”, adiantou Sarah Messiah, uma das autoras da investigação e professora de epidemiologia na UTHealth.
O estudo, que se iniciou em outubro de 2020 e que foi publicado hoje na revista científica Pediatrics, analisou um grupo de 218 crianças a partir dos 5 anos do Texas, no âmbito de uma investigação mais alargada para avaliar a prevalência de anticorpos ao longo do tempo em adultos e menores desse estado norte-americano.
Os participantes forneceram três amostras de sangue ao longo da investigação, que foram recolhidas antes da vacinação e já durante as variantes Delta e Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2.
“Enquanto 96% dos infetados continuaram a ter anticorpos até sete meses depois, bem mais de metade (58%) da amostra foi negativa para anticorpos induzidos por infeção na terceira e última medição”, adiantam as conclusões, que salientam que estes resultados não incluem o impacto da proteção conferida pelas vacinas.
Segundo Sarah Messiah, estas conclusões “são apenas um passo na compreensão do impacto do vírus nas crianças”, num país em que cerca de 14 milhões de menores testaram positivo para o SARS-CoV-2.
Embora este estudo “seja encorajador” em relação à duração de anticorpos naturais nas crianças, “ainda não sabemos o limiar de proteção absoluta”, salientou a investigadora, para quem a vacinação constitui uma “ótima ferramenta disponível” para garantir uma proteção adicional contra o coronavírus que causa a Covid-19.
A Covid-19 provocou pelo menos 6.011.769 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
LUSA/HN
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