“Não aceito o cinismo malévolo com que alguns dizem que aqui não se pode opinar sobre algumas questões”, disse Olaf Scholz, depois de um grupo de opositores das medidas anti-covid o ter vaiado em Essen (oeste).
“Dê um passeio pelas ditaduras do mundo e verá o que isso significa”, alertou Scholz, que falava no início da campanha social-democrata para as eleições regionais da Renânia do Norte-Vestfália (oeste), que vão realizar-se em maio próximo.
Quando o chanceler falou da “solidariedade” dos cidadãos em relação aos refugiados da Ucrânia e em relação à pandemia do coronavírus, várias dezenas de manifestantes que vieram protestar contra o evento redobraram seus assobios e vaias.
“Grite com calma, é por isso que estamos a lutar e também que os cidadãos da Ucrânia estão lutando”, respondeu Scholz, referindo-se à liberdade de expressão.
O ministro das Relações Exteriores alertou que para ter razão, não basta gritar, é preciso ter argumentos, entre os quais contou o risco que a pandemia representa para toda a humanidade.
“Nem todos os países do mundo têm o privilégio de ter acesso à vacina”, disse Scholz, exortando aqueles que não o fizeram a serem vacinados”, disse recebendo aplausos do público e assobios dos manifestantes.
A partir deste fim de semana, as restrições relacionadas com o covid-19 vão desaparecer na maior parte do país, mantendo-se apenas algumas medidas de “base” como o uso obrigatório de máscara nos centros de saúde e meios de transporte.
De acordo com a comunicação social alemã, entre os manifestantes estavam extremistas de direita e anti-vacinas, mas também militantes de esquerda contra o apoio militar à Ucrânia.
Além de Scholz, várias figuras do Partido Social Democrata (SPD) foram hoje a Essen apoiar o seu candidato, Thomas Kutschaty.
Kutschaty desafiará a 15 de maio o atual primeiro-ministro, o conservador Hendrik Wüst.
LUSA/HN
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