“A abertura dos concursos é de facto positiva, tanto mais que já não abriam há 12 anos, mas na realidade os números são extremamente insuficientes” para dar resposta ao universo de enfermeiros que fizeram a sua especialidade, adiantou à agência Lusa a dirigente nacional do SEP Guadalupe Simões.
Em causa está um despacho do Ministério da Saúde, publicado quinta-feira em Diário da República, que determina a distribuição dos postos de trabalho referentes às categorias de enfermeiro gestor e de enfermeiro especialista disponíveis para os concursos que serão abertos até 07 de junho para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Nesse sentido, estão previstos 522 postos de trabalho correspondentes à categoria de enfermeiro gestor e de 1.378 postos de trabalho na categoria de enfermeiro especialista.
“Sendo este o primeiro concurso em 12 anos, deveria criar expectativas de desenvolvimento profissional e isso não aconteceu. O Ministério da Saúde optou apenas por autorizar este número de postos de trabalho, o que significará que centenas de enfermeiros continuarão sem ter qualquer expectativa de desenvolvimento na carreira”, lamentou Guadalupe Simões.
De acordo com a dirigente sindical, o número de vagas previstas para a categoria de enfermeiro gestor vai levar a que “muitas unidades funcionais fiquem sem um enfermeiro responsável, que é quem faz a gestão dos recursos humanos e materiais”.
Além disso, segundo Guadalupe Simões, o número de postos de trabalho de enfermeiros especialistas estabelecido para as Administrações Regionais de Saúde, que vão distribuir “essas poucas vagas pelos ACeS (agrupamento de centros de saúde), fica muito aquém do que é necessário”.
De acordo com o sindicato, estão previstos, ao nível dos enfermeiros especialistas para os cuidados de saúde primários, quatro postos de trabalho no Alentejo, seis no Algarve, quatro em Lisboa e Vale do Tejo, oito no Centro e dez no Norte.
“Está inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência a internalização de meios complementares de diagnóstico nos centros de saúde, o que significa um aumento de pessoas aos centros de saúde”, alertou a dirigente do SEP, ao referir que associado a um médico de família “tem de existir uma equipa de saúde familiar”.
Segundo o despacho, estão previstos 36 postos de trabalho de enfermeiro gestor para o Alentejo, 25 para o Algarve, 93 para Centro, 191 para Lisboa e Vale do Tejo e 170 para o Norte e sete para outras entidades.
No que se refere à categoria de enfermeiro especialista, o despacho prevê 89 postos de trabalho para o Alentejo, 32 para o Algarve, 128 para o Centro, 717 para Lisboa e Vale do Tejo e 412 para o Norte.
NR/HN/LUSA
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