A Casa Branca, que autorizou também a retirada de familiares de pessoal não essencial daquele consulado, recomendou ainda para que não viajem para Hong Kong, para a província de Jilin nem para Xangai devido às restrições, considerando que “incluem o risco de separação de pais e filhos”.
“Que os Estados Unidos autorizem a retirada voluntária de algum pessoal em Xangai é uma decisão própria. Todavia, é de salientar que as medidas de prevenção da pandemia tomadas pela China são efetivas e científicas, e temos plena confiança de que Xangai e outras localidades superem esta vaga de casos”, refere um comunicado, emitido sábado à noite, por Zhao Lijian, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
“Temos tentado ajudar, dentro do possível, o pessoal diplomático e consular residente na China. Não estamos nada satisfeitos com a decisão das autoridades norte-americanas. Opomo-nos, firmemente, à decisão que tomaram, razão por que apresentámos uma queixa formal”, acrescentou.
Enquanto o resto do mundo parece resignar-se a conviver com o vírus, as autoridades chinesas insistem na sua estratégia “covid zero”, apesar de a última vaga com que se confrontam já ter causado duas mortes e o aumento de casos assintomáticos.
A elevada transmissibilidade da variante Ómicron fez voltar a China à estaca zero na “batalha” particular contra a Covid-19, levando à imposição de fortes restrições à mobilidade, ao encerramento de fronteiras e ao confimanento de cidades inteiras, como Xangai.
As autoridades desta cidade, onde hoje se registaram mais de 20.000 novos casos assintomáticos de infeção, anunciaram, no sábado, que realizarão uma testagem em massa a todos os habitantes.
O número total de casos ativos na China continental cifra-se agora em 22.589, 80 dos quais em estado grave, segundo dados oficiais.
De acordo com dados da Comissão Nacional de Saúde, desde o início da pandemia registaram-se 164.393 infeções e 4.638 mortes, duas das quais em março, que foram as primeiras registadas no país em mais de um ano.
O número de casos de Covid-19 no mundo, confirmados por testes laboratoriais, diminuiu 16% na última semana, após um aumento “notório” na primeira quinzena de março, segundo o relatório semanal da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado na passada quarta-feira.
Os números, segundo a OMS, devem ser interpretados com cautela, tendo em vista que a taxa de testes para detetar a doença caiu consideravelmente na grande maioria dos países e parte das infeções não é detetada pelos sistemas de vigilância epidemiológica.
Em relação às mortes relatadas, a OMS informa que o número de mortes atribuídas à Covid-19 diminuiu consideravelmente na última semana (-43%).
No entanto, essa redução é considerada “artificial”, pois na semana anterior havia um pico de mortes devido a alterações técnicas na contagem feitas em países como Estados Unidos, Chile ou Índia, que relataram casos correspondentes a meses anteriores.
Em números, os casos da semana passada chegaram a nove milhões, enquanto 26 mil pessoas perderam a vida devido à doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, elevando o número total de infeções para 489 milhões e de mortes para 6 milhões desde o início da pandemia.
A Covid-19 é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
LUSA/HN
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