De acordo com a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), o executivo prevê que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) aumente de 0,9% em 2021 para 4% em 2022 e o Índice de Preços do Consumidor (IPC) suba de 1,3% em 2021 para 3,7% este ano.
No Programa de Estabilidade 2022-2026, entregue em 28 de março, o Governo previa um aumento do IHPC para 3,3% este ano e uma subida do IPC para 2,9% e uma redução para 1,7% em 2023 e nos anos subsequentes até 2026.
Segundo o Governo, estas estimativas têm subjacentes níveis de inflação mais altos durante o primeiro semestre, desacelerando no segundo semestre de 2022.
“A maior aceleração verificada no IHPC traduz a perspetiva de recuperação dos efeitos da pandemia do setor da restauração e hotelaria, tendo também subjacente um diferencial positivo entre Portugal e a área do euro, em linha com o verificado em 2021 e nos primeiros meses de 2022”, indica o relatório associado à proposta.
O Governo vê esta inflação como “transitória”, considerando que “o aumento da inflação em 2022 reflete essencialmente a subida do preço das matérias-primas, em particular as energéticas, e constrangimentos nas cadeias de abastecimento globais”.
“É esperado que estes efeitos se dissipem a partir do final do ano”, indica o documento.
O ministro das Finanças entregou ontem no parlamento a proposta de OE2022 que mantém a economia numa rota de recuperação, ao mesmo tempo que procura mitigar os impactos da escalada de preços devido à guerra na Ucrânia.
O Governo reviu em ligeira baixa a projeção de crescimento económico para 4,9%, face aos 5% no cenário macroeconómico, apresentado em 25 de março no Programa de Estabilidade para o período 2022-2026, mas manteve a previsão de um défice de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano.
A proposta de OE2022 vai ser debatida na generalidade na Assembleia da República a 28 e 29 de abril, estando a votação final global marcada para 27 de maio.
LUSA/HN
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