Oficiais de dois batalhões estacionados na capital ucraniana e nos arredores disseram ao jornal que receberam treino militar de soldados britânicos nas duas últimas semanas.
O capitão Yuriy Myronenko, pertencente a um batalhão que está em Obolon, a norte de Kiev, explicou ao The Times que soldados das forças especiais foram instruir novos recrutas a usar mísseis antitanque NLAW – Next generation Light Anti-tank Weapon, fornecidos pelo Reino Unido.
Mas o jornal, citado pela agência noticiosa Efe, ressalva que o Ministério da Defesa em Londres não confirmou esta informação, citando o protocolo que não permite comentar operações especiais.
O The Times destaca ser esta a primeira vez, desde o início da guerra, que se verifica a presença ativa de soldados britânicos em solo ucraniano, já que até agora os treinos eram assegurados por ex-militares ou voluntários, e refere que os soldados do Reino Unido foram para a Ucrânia após a invasão da Crimeia, mas foram retirados em fevereiro para evitar um conflito direto com as forças russas e pela possibilidade de a NATO (aliança do Atlântico Norte) ser arrastada para uma guerra.
A notícia é publicada numa altura de tensão entre a Rússia e o Reino Unido, que tem fornecido armas à Ucrânia e aplicado sanções à Rússia, e no dia em Moscovo proibiu de entrar no país o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e outros 12 altos funcionários por “ações hostis sem precedentes”.
“Este passo foi dado em resposta à campanha de informação política desenfreada desencadeada por Londres, que visa o isolamento internacional da Rússia, a criação de condições para conter o nosso país e estrangular a economia nacional”, comunicou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, aquando do anúncio da medida.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase 2.000 civis, segundo dados das Nações Unidas, que alertam para a probabilidade de o número ser maior.
A ofensiva militar foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu enviando armamento para a Ucrânia e aplicando sanções económicas e políticas à Rússia.
LUSA/HN
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