Os resultados do Inquérito Comunitário à Inovação do período 2018-2020, do Instituto Nacional de Estatística (INE), destaca as empresas do setor da informação e comunicação com uma despesa com inovação de 4% do total do volume de negócios, e conclui que 48% das empresas tiveram algum tipo de atividade de inovação, acima dos 32,4% do inquérito entre 2016-2018.
Em 2020, 13,8% do volume de negócios das empresas resultou da introdução de produtos novos ou melhorados, totalizando 36,2 mil milhões de euros, menos 968,8 milhões de euros face a 2018.
No triénio 2018-2020, 22,3% das empresas desenvolveram inovação de produto (bens e/ou serviços) e 42,7% introduziram inovação de processo e comparando com 2016-2018 regista-se uma diminuição de 0,7 pontos percentuais (pp) na inovação de produto e um aumento de 14,7 pp na inovação de processo.
O INE conclui haver “fortes indícios” de que esta variação esteja associada ao impacto da pandemia covid-19 nos processos das empresas, nomeadamente a implementação do teletrabalho e o consequente investimento em tecnologia e equipamentos para o viabilizar, o ajustamento nos canais de comunicação como as vendas online e a adaptação de processos e procedimentos relacionados com o teletrabalho e contactos não presenciais.
Por escalão de pessoal ao serviço, os dados mostram que 79,8% das empresas com 250 ou mais trabalhadores eram empresas inovadoras, sendo que, no escalão de 10-249 empregados ao serviço, a percentagem de empresas com atividades de inovação desce para 47,4%, mas em ambos os casos registam-se subidas face ao período anterior, quando eram de 61,5% e 31,7%, respetivamente.
Por atividade económica, o setor que apresentou proporcionalmente mais empresas inovadoras foi o da informação e comunicação (75,5%), seguida pelo dos serviços financeiros (68,4%), outros serviços (51,9%) e o comércio (50,8%), registando os restantes setores percentagens inferiores a 50%, variando entre 39,2% na agricultura e pescas e 47,4% na indústria e energia.
Relativamente à proporção de empresas com inovação de processo, destacaram-se as empresas dos serviços financeiros e do comércio com os maiores aumentos, de 24,2 pp e 21,3 pp, respetivamente.
Quanto à percentagem de empresas com inovação de produto evidenciaram-se a informação e comunicação e o comércio com os maiores aumentos, superiores a cinco pp, mas em sentido oposto registou-se uma redução na proporção de empresas com inovação de produto nos setores da indústria e energia, agricultura e pescas, alojamento e restauração, transportes e armazenagem e outros serviços.
Pela primeira vez, este inquérito bienal do INE recolheu informação sobre inovação com benefícios ambientais, definindo-a como um produto ou processo, novo ou melhorado, de uma empresa que gere impactos ambientais positivos ou menos negativos, em comparação com produtos ou processos anteriores da empresa, e que tenha sido colocado à disposição de potenciais utilizadores ou posto em uso
Os dados mostram que, entre 2018 e 2020, 49,7% das empresas introduziram inovações com algum tipo de benefício ambiental (independentemente do grau de contribuição para a proteção ambiental), 46,5% referiram ter benefícios ambientais obtidos dentro da empresa e 40,4% benefícios obtidos durante o consumo ou uso dos bens ou serviços pelo utilizador final.
Nas empresas com 250 ou mais pessoas ao serviço, 64% introduziram inovações com benefícios ambientais, percentagem que se reduz para 49,1% entre as empresas do escalão de 10-249 pessoas ao serviço. Por setores de atividade, salientaram-se as empresas do alojamento e restauração e da agricultura e pescas (63,2% e 61%, respetivamente)
Entre 2018 e 2020, 25,5% das empresas inovadoras inquiridas referiram introduzir inovações com benefícios ambientais significativos obtidos dentro da empresa na reciclagem de lixo, água ou materiais para consumo próprio ou venda.
LUSA/HN
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