A campanha, apoiada pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e pelas organizações não-governamentais Aida e Instituto Marquês Vale-Flor, vai decorrer até ao final do ano a cada terceiro sábado de cada mês.
“As pessoas ainda não estão sensibilizadas, na Guiné-Bissau ainda é um tabu doar sangue”, disse à Lusa Zimania Cá, diretora do Centro Nacional de Sangue guineense, explicando que a população não dá sangue por questões culturais, religiosas ou por falta de conhecimento.
Questionada sobre o que é necessário fazer para chegar às pessoas, Zimania Cá disse que é preciso fazer mais sensibilização através dos meios de comunicação e utilizar o fenómeno que é a Internet.
“A relação que temos com a cooperação portuguesa está a trazer mais pessoas e queremos aproveitar esse meio para fazer mais divulgação”, salientou.
Zimania Cá disse que podem dar sangue as pessoas com idades entre os 18 e 65 anos, que tenham mais de 50 quilogramas e que sejam saudáveis, salientando que o Centro Nacional de Sangue analisa o sangue para ver se há doenças transmissíveis como o HIV/Sida ou hepatite.
A médica disse que as pessoas hipertensas e os diabetes, que não tomem insulina, também podem doar sangue.
Zimania Cá explicou que o centro tem falta de sangue porque devido à falta de material para fazer a separação dos gemo componentes estão a fazer a transfusão total, o que significa um saco por pessoa.
“Nem todas as pessoas precisam do sangue total, há pessoas que só precisam de plasma, outras de plaquetas, outras de eritrócitos. Se tivemos o material podemos fazer. Mas infelizmente devido à falta de meios financeiros e materiais estamos a fazer a transfusão total de sangue para as pessoas que vêm aqui”, disse.
Aos guineenses e residentes estrangeiros no país, a médica apela para que doem sangue “para salvar vidas”.
O adido da cooperação portuguesa, António Nunes, explicou “para além da componente de recolha de sangue” pretende-se um “forte enfoque na sensibilização, não só em Bissau, mas também nas regiões”.
“Vamos ter a Eneida Marta a fazer essa sensibilização, uma pessoa em que todos nós confiamos aqui na Guiné-Bissau, para desmistificar muitas situações que se julgam estarem ligadas à questão de doar sangue”, afirmou.
“Doar sangue não é complicado, doar sangue salva vidas, doar sangue é quase um dever dos cidadãos”, disse, salientando que foi doador durante 30 anos e que é a prova vive de que doar sangue é algo perfeitamente normal.
LUSA/HN
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