Um conjunto de 12 países está a atravessar a quinta vaga de contágios, sugerindo que o continente passou já por um período de fraca incidência da doença e está agora a ser palco de “um novo aumento” de contágios, referiu John Nkengasong, diretor do África CDC), na última conferência de imprensa semanal, a partir de Adis Abeba, enquanto líder do organismo da União Africana (UA).
O continente africano registou até hoje mais de 11,515 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, número que representa 3% do total de casos notificados globalmente, e um total de 252.434 mortes associadas à doença, segundo o África CDC.
Na última semana, a região da África Austral foi de entre as cinco regiões do continente a que registou, de forma muito destacada, a maior proporção de novos casos, 95% do total de 49.931 novos casos registados, seguida da região Norte (2%) e das restantes – Oriental, Ocidental e Central -, todas com 1%.
A análise de tendência nas últimas quatro semanas dá conta de um aumento de 25% no número de novos casos de infeção, assim como um crescimento de 7% no número de mortes.
O continente realizou desde o início da pandemia um total de 106 milhões de testes. Na última semana foram feitos 506 mil testes, o que representa um aumento de 13% em relação à semana anterior (450 mil).
Ainda assim, sublinhou Nkangasong, “o nível de testagem continua baixo em relação ao esperado” e “o continente previa realizar mais de um milhão de testes por semana”, pelo que esta última subida é ainda insatisfatória, “especialmente nesta altura em que vários países começam a reportar um aumento do número de novos contágios”.
Quanto à campanha de vacinação, o continente recebeu até hoje um total de 790 milhões de vacinas, das quais 552 milhões de doses foram administradas, o que representa 70% das vacinas disponíveis. Um total de 17,3% da população africana elegível tem a vacinação completa.
Nkengasong despediu-se dos jornalistas admitindo que deixa o cargo com um “misto de sentimentos”. “Tenho a consciência de que temos ainda pela frente desafios muito grandes, a pandemia não acabou, e a trajetória [do combate à covid-19] mantém-se muito incerta e imprevisível, a menos que consigamos vacinar, pelo menos, 70%” da população africana, estimada em 1,3 mil milhões de pessoas.
“Além da Covid-19, o continente continua a enfrentar surtos epidemiológicos importantes com o Ébola ou a varíola. O África CDC continua a enfrentar desafios hercúleos para responder a todas as necessidades dos 55 Estados-membros da União Africana”, afirmou John Nkengasong.
Nkengasong vai ser o futuro coordenador geral dos Estados Unidos da América para o combate à sida em todo o mundo.
A Covid-19 já provocou pelo menos 6,26 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da página ‘online’ Our World in Data.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
LUSA/HN
0 Comments