Em declarações à Lusa, à margem de um encontro de delegados daquele sindicato, esta manhã, no Porto, o presidente do SE, Pedro Costa, chamou a atenção para a “desmotivação e desvalorização” da classe.
“As nossas reivindicações são ao nível da valorização da carreira de enfermagem, o reconhecimento do risco e da penosidade da profissão, a idade de aposentação, a valorização de todos os enfermeiros, independentemente do vínculo, quer estejam com contratos em funções públicas quer estejam com contratos individuais de trabalho, e uma progressão na carreira que permita que todos os enfermeiros possam chegar ao topo da carreira e não apenas alguns”, enumerou o responsável.
Segundo Pedro Costa, “não existe a valorização da carreira de enfermagem, ou seja, há enfermeiros com 20 e 30 anos de profissão que estão no mesmo escalão que estariam se tivessem começado hoje”.
O presidente do SE reconhece que o Governo “tem estado aberto ao diálogo”, mas considera “que não dá respostas” àquelas reivindicações, pelo que deixa uma exigência: “O Orçamento de Estado tem mais 700 milhões de euros para serem gastos [na Saúde] do que no ano passado, mas os 700 milhões só por si não dizem nada se não houver um plano estratégico para a sua aplicação”, apontou.
“Nós queremos que o Ministério da Saúde nos diga, concretamente, onde e como os vai aplicar e que parte toca aos enfermeiros e, até agora, isso não nos foi dito”, salientou.
O sindicalista reconheceu que “todas as formas de luta” são possíveis para “fazer valer os direitos da classe” mas mostrou-se preocupado com a situação que o país atravessa por causa da pandemia causada pela Covid-19.
“Numa altura em que nós sabemos que estamos a bater recordes de internamento, de consultas, da própria assistência a nível da urgência, tudo nos preocupa porque sabemos que, se calhar, as nossas reivindicações vão ser mais uma vez adiadas”, disse.
Questionado sobre a hipótese de avançar com greves, Pedro Costa salientou que “numa altura tão sensível como esta, em que o próprio Serviço Nacional de Saúde está, caso não exista um plano estratégico, em rutura, não seria correto estar a prejudicar aqueles de quem se cuida”.
“O caminho tem que ser o diálogo, esse é o canal primordial”, finalizou.
LUSA/HN
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