OMS avisa que pandemia não acabou apesar de descida nos números globais

22 de Maio 2022

O diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que a pandemia da Covid-19 não acabou apesar da descida dos números globais de novos contágios e mortes, apelando a que os países continuem alerta.

“Não é a mensagem que queriam ouvir nem é a mensagem que gostaria de dar-vos”, admitiu Tedros Ghebreyesus na abertura da 75.ª Assembleia Mundial da Saúde, em que foi reeeleito para um segundo mandato de cinco anos à frente da agência das Nações Unidas para a Saúde.

Ghebreyesus afirmou que a covid-19 “não acabou de certeza”, apesar de “os casos reportados terem diminuído significativamente desde o pico da vaga [da variante] Ómicron”, em janeiro passado e de “as mortes estarem no ponto mais baixo desde março de 2020”.

“Em muitos países, as restrições foram levantadas e a vida parece-se mais com o que era antes, mas [a pandemia] não acabou, de certeza”, afirmou, apesar de reconhecer os progressos trazidos pela vacinação de 60 por cento da população, “ajudando a reduzir hospitalizações e mortes”.

Mesmo assim, os novos contágios pelo coronavírus SARS-CoV-2 “estão aumentar em quase 70 países, as taxas de testagem caíram a pique e as mortes [atribuídas à covid-19] estão a subir” no continente africano, onde há “a mais baixa taxa de vacinação”.

“Baixámos a guarda por nossa conta e risco. O aumento da transmissão significará mais mortes, especialmente entre quem não está vacinado. Reduzir a testagem e o sequenciamento [genético do vírus em circulação] significa que estamos a fechar os olhos à evolução do vírus”, alertou.

Tedros Ghebreyesus apontou que “só 57 países têm 70% da população vacinada e são quase todos países de altos rendimentos”.

“Temos que continuar a ajudar todos os países a atingirem 70% de cobertura vacinal tão depressa quanto possível, incluindo a totalidade das pessoas com mais de 60 anos, das que têm comorbilidades e dos profissionais de saúde”, defendeu.

Reforçou que “a pandemia não vai desaparecer como por magia” mas que existe “o conhecimento, as ferramentas” e que a ciência permitiu ganhar vantagem sobre o vírus.

O diretor geral da OMS salientou que há outras crises sanitárias no mundo, destacando surtos de Ébola ativos na República Democrática do Congo e surtos de varíola dos macacos ou de hepatite de origem desconhecida que a organização está a acompanhar.

Conflitos como o que começou este ano na Ucrânia ou que persistem em países como o Iémen ou a Síria agravam qualquer crise sanitária: “a guerra, a fome e a doença são amigas”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

ADSE aumenta reembolsos pelas consultas e revê preços em 2025

A ADSE avançou com mudanças para dar mais benefícios em 2025, nomeadamente um limite aos custos suportados com cirurgias no regime convencionado, um aumento dos reembolsos pagos pelas consultas no regime livre e a revisão de alguns preços.

MAIS LIDAS

Share This