De acordo com o jornal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) criou uma comissão multidisciplinar para estudar e acompanhar as mortes maternas e a morbilidade materna grave, que inclui peritos de obstetrícia, medicina interna, anestesiologista, entre outros.
O jornal adianta que foram 17 as mulheres que morreram devido a complicações da gravidez, parto e puerpério, em 2020.
Das mortes maternas registadas em 2020, a DGS especifica, numa resposta escrita ao jornal, que “oito aconteceram durante a gravidez, uma durante o parto e oito no puerpério (até 42 dias após o parto). Quanto ao local do óbito, 13 “ocorreram em instituições de saúde”.
Segundo as séries do instituto Nacional de Estatística (INE) uma taxa superior de mortalidade materna foi registada em 1982, com 22,5 óbitos por 100 mil nados-vivos.
De acordo com a DGS, estes indicadores devem ser analisados em séries temporais, “preferencialmente cinco a 10 anos”.
A DGS adianta que “desde o início deste ano, foi atribuída prioridade de codificação às mortes maternas, para que o processo de investigação através de um inquérito epidemiológico possa ser o mais célere possível para garantir maior qualidade da informação necessária ao estudo e investigação do fenómeno”.
Refere igualmente que está ainda a “ser estudada a forma de vir a implementar, no futuro, um instrumento de monitorização dos episódios de morbilidade materna grave”.
O diretor do departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santa Maria, que integra a Comissão de Acompanhamento da Mortalidade Materna, Diogo Ayres-de-Campos, disse ao jornal que “este é um problema que tem de se encarar com seriedade”.
“Se é visível uma degradação dos cuidados obstétricos, o aumento da idade da gravidez e de grávidas com patologia, certo é que tem de se investigar cada uma das situações”.
De acordo com o Diogo Ayres-de-Campos, “os cuidados obstétricos, que se degradaram, têm de ser repensados”.
LUSA/HN
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