O PSD lamentou esta quinta-feira que o Governo “nada faça” para resolver a falta de médicos no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), denunciando que a urgência pediátrica do Hospital de Faro vai funcionar quatro dias sem especialista.
Os deputados social-democratas eleitos pelo círculo de Faro denunciaram em comunicado que “a falta de médicos pediatras começou a sentir-se na quarta-feira, entre as 09:00 e as 21:00, volta a repetir-se hoje [quinta-feira], na sexta-feira e na segunda-feira, sempre no mesmo horário”.
Em declarações à Lusa, a presidente do Conselho de Administração do CHUA admitiu a ausência de um especialista na urgência pediátrica em Faro, mas ressalvou que a situação “não é extraordinária e acontece desde novembro, porque uma boa parte dos 27 médicos pediatras tem idade” para não fazer urgência.
“Os médicos em idade de não fazerem urgência, ou seja, a partir dos 50 anos, exerceram esse direito e daí a dificuldade em assegurar as escalas do serviço”, notou Ana Varges Gomes.
A médica adiantou que aquele serviço está a funcionar “como se fosse um serviço de urgência básico, com os clínicos gerais habituais, sendo qualquer situação de emergência assegurada por pediatras de outros serviços”.
“Temos a Neonatologia que trabalha 24 horas e dá apoio à sala de emergência, e qualquer situação excecional não deixará de ser vista, existindo, também, médicos pediatras no internamento e outro a dar apoio ao bloco de partos”, sublinhou.
Os deputados Ofélia Ramos, Rui Cristina e Luís Gomes lamentaram ontem que o Governo “nada faça para resolver os problemas” da falta de médicos na região do Algarve, quando na proposta de Orçamento do Estado “a ministra da Saúde orgulhou-se do estado da Saúde em Portugal, apresentando um país das maravilhas”.
Os parlamentares consideram que a construção do Hospital Central do Algarve será fundamental, mas defendem que “até lá é necessário um reforço dos meios humanos” no CHUA – que congrega os hospitais de Faro, Portimão e Lagos – permitindo uma prestação de cuidados de saúde “dignos para o Algarve e para os algarvios”.
LUSA/HN
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