Nuno Flora falava aos jornalistas no final de uma visita da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, a convite da Adifa às instalações da empresa de distribuição farmacêutica Alliance Healthcare, em Alverca, no distrito de Lisboa.
Um dia depois de a Adifa ter pedido ao Governo que tome “medidas urgentes” para minimizar o aumento dos custos dos combustíveis, Nuno Flora afirmou que os distribuidores veem com “muita preocupação” o aumento dos preços dos combustíveis, do gás e da energia.
“Estimamos que desde o início do ano estes custos energéticos tenham aumentado em cerca de 20% e eles representam 30% dos custos totais destas empresas”, elucidou.
A Adifa alertou na terça-feira que se este aumento se mantiver, “traduz-se numa ameaça real ao normal funcionamento do circuito de abastecimento de medicamentos em Portugal e, consequentemente, da acessibilidade das populações a produtos de saúde essenciais ao seu bem-estar e recuperação de doença”.
Nuno Flora esclareceu hoje que, neste momento, não há uma situação de rutura e dificuldades de abastecimento. “Não é disso que se trata, estamos apenas a lançar um alerta novamente e em devido tempo porque a situação, a nosso ver, veio para ficar”, afirmou.
“O que dizemos, e é muito claro, é que não está em causa o abastecimento do mercado, até porque o mercado provou noutras ocasiões, até recentemente, com a pandemia de covid-19, que conseguimos fornecer, disponibilizar os medicamentos às farmácias, hospitais, nossos clientes, logo as populações”, referiu.
O que está em causa, acrescentou, é “um serviço de excelência” condicionado na área de armazenagem, que está muito dependente de energia, e do transporte e que “está muito dependente dos combustíveis”.
Por isso, a associação lançou este alerta e pediu um conjunto de medidas de apoio para o setor da distribuição e para o transporte de medicamentos que outros setores já têm como o transporte de mercadorias pesadas ou o serviço de transporte individual, nomeadamente o serviço de táxi”.
Entre as medidas, estão o acesso a gasóleo profissional, a majoração dos custos com combustíveis ou a isenção do pagamento do Imposto Único de Circulação, apontou, defendendo que deviam ser imediatas.
Nuno Flora explicou que as empresas estão “a acomodar totalmente os custos”, nomeadamente dos combustíveis, uma vez que o setor não pode mexer no preço dos medicamentos, que é fixado pelo Estado.
“O que temos pedido e pedimos também ao Governo é que seja novamente efetuada a suspensão da revisão de preços para 2023”, rematou.
No final da visita ao armazém, a diretora-geral da Saúde destacou o trabalho feito pelo setor que garante “uma distribuição segura e eficiente de produtos farmacêuticos de primeira necessidade”.
Durante a visita foram apresentadas a Graça Freitas “as mais modernas e eficientes” soluções de armazenamento de medicamentos e produtos de saúde e outras soluções que garantem a segurança no transporte e abastecimento de produtos farmacêuticos às farmácias, hospitais e outras unidades de saúde.
LUSA/HN
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